"Assim, as acusações seculares, embora, lancem somente a confusão e a escuridão sobre si próprios, lançam uma verdadeira luz sobre a Fé.
É verdade que a Igreja histórica defendeu simultaneamente o celibato e a família; defendeu, ao mesmo tempo e violentamente, ter filhos e não te-los. E conservou ambas as coisas lado a lado, como duas cores fortes - vermelho e branco -, como o vermelho e o branco sobre o escudo de São Jorge. A Igreja sempre sentiu uma sã antipatia pela cor rosa. Ela odeia essa combinação de duas cores, que não passa de um débil expediente dos filósofos; odeia a evolução do preto para o branco, evolução essa que não é senão um cinzento sujo. De fato, toda a teoria da Igreja a respeito da virgindade podia ser simbolizada pela afirmação de que o branco é uma cor e não simplesmente uma ausência de cor.
O mesmo ocorre, sem dúvida alguma, com as contraditórias acusações dos anticristãos sobre a submissão e a carnificina. É verdade que a Igreja disse a uns homens que lutassem e disse a outros que não lutassem; é verdade que aqueles que lutavam eram como raios e os que não lutavam eram como estátuas. Tudo isso significa, simplesmente, que a Igreja preferia usar seus super-homens a usar os seus tolstoianos. Devia existir algum bem na vida das batalhas, pois tantos homens-bons sentiram prazer em ser soldados; assim como devia haver algum bem na ideia da não-resistência, pois tantos homens bons pareciam sentir prazer em ser Quackers. Tudo o que a Igreja fez a este respeito foi evitar que uma dessas coisas boas tomasse o lugar da outra, pois elas existiam lado a lado. Os tosltoianos, sentido todos os escrúpulos de monges, tornaram-se simplesmente monges. Os Quackers tornaram-se um clube, em vez de se tornarem uma seita. Os monges disseram tudo o que Tolstoi diz; exteriorizaram lúcidas lamentações acerca da crueldade das batalhas e da vaidade da vingança. Mas os tolstoianos não são suficientemente justos para percorrerem o Mundo, e nos tempos de fé não lhes foi permitido percorre-lo.
O mundo não perdeu a última carga de Sir James Douglas (general inglês que combateu toda a vida na França) ou a bandeira de Joana D'Arc. Algumas vezes esta pura mansidão e esta pura violência encontraram-se, e justificaram a sua união; o paradoxo de todos os profetas foi cumprido e, na alma de São Luis (Luis XV, rei da França que combateu nas 7ª e 8ª Cruzadas) - o leão está deitado ao lado do cordeiro. Lembremo-nos, porém, de que este texto é, por vezes, interpretado muito superficialmente. Afirma-se, constantemente, em especial devido nossas tendências tolstoianas, que, quando o leão jaz ao lado de cordeiro, o leão acaba por se tornar como o cordeiro. Isso, porém, é uma brutal anexação e imperialismo por parte do cordeiro. Significa, simplesmente, que o cordeiro absorveu o leão, em vez de o leão comer o cordeiro.
O problema real é este: pode o leão jazer ao lado do cordeiro e, no entanto, conservar a sua ferocidade real? Esse foi o problema que a Igreja procurou resolver e tal foi o milagre que ela realizou."
Fonte: Ortodoxia - pags 130-131 -LTR
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O mesmo ocorre, sem dúvida alguma, com as contraditórias acusações dos anticristãos sobre a submissão e a carnificina. É verdade que a Igreja disse a uns homens que lutassem e disse a outros que não lutassem; é verdade que aqueles que lutavam eram como raios e os que não lutavam eram como estátuas. Tudo isso significa, simplesmente, que a Igreja preferia usar seus super-homens a usar os seus tolstoianos. Devia existir algum bem na vida das batalhas, pois tantos homens-bons sentiram prazer em ser soldados; assim como devia haver algum bem na ideia da não-resistência, pois tantos homens bons pareciam sentir prazer em ser Quackers. Tudo o que a Igreja fez a este respeito foi evitar que uma dessas coisas boas tomasse o lugar da outra, pois elas existiam lado a lado. Os tosltoianos, sentido todos os escrúpulos de monges, tornaram-se simplesmente monges. Os Quackers tornaram-se um clube, em vez de se tornarem uma seita. Os monges disseram tudo o que Tolstoi diz; exteriorizaram lúcidas lamentações acerca da crueldade das batalhas e da vaidade da vingança. Mas os tolstoianos não são suficientemente justos para percorrerem o Mundo, e nos tempos de fé não lhes foi permitido percorre-lo.
O mundo não perdeu a última carga de Sir James Douglas (general inglês que combateu toda a vida na França) ou a bandeira de Joana D'Arc. Algumas vezes esta pura mansidão e esta pura violência encontraram-se, e justificaram a sua união; o paradoxo de todos os profetas foi cumprido e, na alma de São Luis (Luis XV, rei da França que combateu nas 7ª e 8ª Cruzadas) - o leão está deitado ao lado do cordeiro. Lembremo-nos, porém, de que este texto é, por vezes, interpretado muito superficialmente. Afirma-se, constantemente, em especial devido nossas tendências tolstoianas, que, quando o leão jaz ao lado de cordeiro, o leão acaba por se tornar como o cordeiro. Isso, porém, é uma brutal anexação e imperialismo por parte do cordeiro. Significa, simplesmente, que o cordeiro absorveu o leão, em vez de o leão comer o cordeiro.
O problema real é este: pode o leão jazer ao lado do cordeiro e, no entanto, conservar a sua ferocidade real? Esse foi o problema que a Igreja procurou resolver e tal foi o milagre que ela realizou."
Fonte: Ortodoxia - pags 130-131 -LTR
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"A Igreja Católica sempre sentiu uma sã antipatia pela cor rosa"
ResponderExcluirNão seria um "chute no saco" da Dialética? hehe