Por: Padre Léo Trese.
Sabemos também que há três Sacramentos pelos quais Cristo nos marca os nossos deveres:
Primeiro, o Sacramento do Batismo, pelo qual nos tornamos membros do Corpo Místico de Cristo. Dissemos que, pelo Batismo, somos incorporados em Cristo.
“Os crentes que respondem à Palavra de Deus e se tornam membros do Corpo de Cristo ficam intimamente unidos a Cristo (LG. 7). Isto é particularmente verdade a respeito do Batismo, que nos une à morte e à Ressurreição de Cristo” (n. 790).
O cristão batizado, quando exerce conscientemente o sacerdócio comum que compartilha com Cristo, participa da Missa de uma maneira que uma pessoa não batizada jamais poderá alcançar. Mas, além da Missa, adoramos a Deus de outras maneiras: pela oração, pelo sacrifício e pela prática das virtudes da fé, da esperança e da caridade, especialmente da caridade. Caridade significa amor a Deus e amor às almas que Deus criou e pelas quais Jesus morreu.
A nossa condição de membros do Corpo Místico de Cristo e a nossa participação no seu sacerdócio eterno incita-nos a trabalhar ativamente com Cristo na obra da Redenção. Para sermos fiéis à nossa vocação de batizados, devemos sentir zelo pelas almas; todos e cada um de nós devemos ser apóstolos e, se fazemos parte do laicato, devemos ser apóstolos leigos.
São duas palavras que vêm do grego. Nessa língua, apóstolo significa “enviado”.
Os doze homens que Jesus enviou ao mundo para estabelecer a sua Igreja são os Doze Apóstolos, assim, com maiúsculas. Mas não haviam de ser os únicos apóstolos. Na pia batismal, Jesus envia-nos, a cada um, a continuar o que os Doze Apóstolos iniciaram. Nós também somos apóstolos, com “a” minúsculo.
Os clérigos, termo que abrange os bispos, os sacerdotes e os diáconos; Os religiosos, homens e mulheres que vivem em comunidade e fazem voto de pobreza, castidade e obediência; e finalmente os leigos, os cristãos comuns. Este termo compreende todos os batizados que não sejam clérigos nem religiosos.
Juntas, as três categorias de membros compõem o Corpo Místico de Cristo.
Não apenas os clérigos, nem os clérigos com os religiosos, mas os clérigos, os religiosos e os leigos, todos unidos num Corpo, num só Povo de Deus, constituem a Igreja de Cristo.
Nesse Corpo, cada categoria tem a sua função própria.
Mas todos têm em comum, independentemente da categoria a que pertençam, a chamada – recebida no momento em que receberam o Batismo – para serem apóstolos, cada um segundo o seu estado. Jesus compartilha conosco o seu sacerdócio eterno pelo Batismo e, de forma mais completa, pela Confirmação. No Batismo, compartilha a sua função de adoração da Trindade e, na Confirmação, a função “profética”, a função docente.
Assim como no Batismo fomos marcados com um selo indelével como membros do Corpo de Cristo e partícipes do seu sacerdócio, na Confirmação somos marcados de novo com o selo indelével de canais da verdade divina.
Agora temos direito a qualquer graça de que possamos necessitar para ser fortes na fé, e a quaisquer luzes de que precisemos para tornar a nossa fé inteligível aos outros, sempre partindo da base, é claro, de que fazemos o que está ao nosso alcance para aprender as verdades da fé e nos deixamos guiar pela autoridade docente da Igreja, que reside no Papa e nos bispos. Uma vez confirmados, temos como que uma dupla responsabilidade de ser apóstolos e uma dupla fonte de graça e fortaleza para cumprir esse dever.
Finalmente, o terceiro dos sacramentos que fazem participar do sacerdócio é a Ordem. Desta vez, Cristo compartilha plenamente o seu sacerdócio: completamente nos bispos e em grau subordinado nos sacerdotes.
No sacramento da Ordem, não há apenas uma chamada, não há apenas uma graça, mas há, além disso, um poder. O sacerdote recebe o poder de consagrar e perdoar, de santificar e abençoar.O bispo, além disso, recebe o poder de ordenar outros bispos e sacerdotes, e a jurisdição de governar as almas e de definir as verdades de fé.
Este poder de definir verdades de fé reside no Colégio Episcopal – todos os bispos do mundo juntos – quando, em união com o Papa, exerce o seu supremo magistério. “O colégio ou corpo episcopal não tem autoridade se nele não se considerar incluído, como chefe, o Romano Pontífice”. Como tal, este colégio é também ele detentor do poder supremo e pleno sobre a Igreja inteira. Todavia, este poder não pode ser exercido senão com o consentimento do Romano Pontífice (LG. 22) (n. 883).
Mas todos somos chamados a ser apóstolos. Todos recebemos a missão de ajudar o Corpo Místico de Cristo a crescer e a manter-se são. Cristo espera que cada um de nós contribua para a salvação do mundo, da pequena parcela do mundo em que vive: o seu lar, o seu ambiente de trabalho e de lazer, as suas relações sociais, etc. Espera que, por meio das nossas vidas, O tornemos visível àqueles com quem trabalhamos.
Espera que sintamos um pleno sentido de responsabilidade para com as almas dos que nos cercam, que os seus pecados nos penalizem, que a sua incredulidade nos preocupe. Cristo espera de cada um de nós que participemos, cada um de acordo com a sua vocação, da única missão salvadora da Igreja.
Diz o Concílio Vaticano II que “é específico dos leigos, por sua própria vocação, procurar o Reino de Deus exercendo funções temporais e ordenando-as segundo Deus”. E acrescenta que é nas condições ordinárias da vida familiar e social que os leigos devem contribuir, a modo de fermento, para a santificação do mundo.
Há, além disso, a possibilidade de se inscreverem em associações de natureza apostólica que tenham uma clara finalidade de santificação pessoal e alheia, sem deixarem por isso de ser leigos.
“Uma vez que todos os fiéis,em virtude do Batismo e da Confirmação, são encarregados por Deus de exercer o apostolado,os leigos têm a obrigação e o direito, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra”. (n.900).
Fonte: A Fé Explicada
Depois veremos: As Notas e os Atributos da Igreja
Veja o estudo AQUI
Nenhum comentário:
Postar um comentário