A resposta ao mistério da vocação divina
"O caminho começa com uma vocação, uma vocação concedida por Deus. A missão autêntica é o mistério da resposta a uma vocação, e não a tomada de uma iniciativa de modo isolado.
Num trecho particularmente dramático do Evangelho de S. João, S. Tomé rompe o silêncio para infundir coragem nos seus companheiros de discipulado, dizendo-lhes: "Vamos, também nós, morrer com Ele!" (Jo 11, 16). Porém, depois desta expressão de lealdade inabalável, por alguns instantes o seu espírito duvidoso parece levá-lo a perder o equilíbrio e ele pergunta qual é o caminho (cf. Jo 14, 5), levando Jesus a dar-lhe uma das definições mais famosas que Ele jamais dera de si mesmo: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida" (Jo 14, 6).
Para salvar a todos através da graça do Filho, a vocação recebida de Deus é tão poderosa que torna possível aquilo que parece impossível e reconcilia o que parece irreconciliável.
Ser convidado desta maneira recorda-nos com grande vigor que a nossa vida não nos pertence a nós, mas a Deus e, por conseguinte, a Cristo. Para uma vocação tão abnegada, são necessárias pessoas altruístas. S. Tomé era uma destas pessoas e correspondeu à sua vocação. Ele era enviado por Cristo, e estava consciente disto. Todavia, a sua resposta não foi totalmente desprovida de numerosos desafios externos e internos.
Ser convidado desta maneira recorda-nos com grande vigor que a nossa vida não nos pertence a nós, mas a Deus e, por conseguinte, a Cristo. Para uma vocação tão abnegada, são necessárias pessoas altruístas. S. Tomé era uma destas pessoas e correspondeu à sua vocação. Ele era enviado por Cristo, e estava consciente disto. Todavia, a sua resposta não foi totalmente desprovida de numerosos desafios externos e internos.
Vemos S. Tomé ameaçado por uma luta interior entre a sua lealdade inata e o seu candor desarmante. Talvez seja por este motivo que, nos Evangelhos, ele parece estar com frequência ligado ao caminho e à procura do caminho. O problema apresentou-se na única vez em que ele estava ausente, naquele fatídico domingo, quando a dor o obcecou e, por um momento, não conseguiu acreditar. Mas também nisto ele não está sozinho, porque nenhuma das onze aparições do Senhor ressuscitado, narradas pelo Evangelho, encontrou as pessoas prontas.
Se S. Tomé se emendou, foi porque queria viver em harmonia com os seus companheiros. Assim que voltou para o seu grupo, mostrou-se à altura da situação. Quando o Senhor apareceu pela segunda vez, S. Tomé pronunciou a máxima expressão de fé que se encontra no Evangelho: "Meu Senhor e meu Deus!" (Jo 20, 28). Ele não sabia que, depois de ter vivido a experiência mais excelsa, a conclusão daquela viagem representava apenas o início de uma nova peregrinação, que o levaria até à Índia.
Ali, os seus discípulos, tanto ontem como hoje, definiram aquilo que o Apóstolo lhes ensinou, como "o Caminho de Tomé". Ele nunca foi entendido como senda substitutiva daquele que é o Caminho para o Pai, nosso Senhor e nosso Deus, mas como um caminho que para Ele conduz"
Se S. Tomé se emendou, foi porque queria viver em harmonia com os seus companheiros. Assim que voltou para o seu grupo, mostrou-se à altura da situação. Quando o Senhor apareceu pela segunda vez, S. Tomé pronunciou a máxima expressão de fé que se encontra no Evangelho: "Meu Senhor e meu Deus!" (Jo 20, 28). Ele não sabia que, depois de ter vivido a experiência mais excelsa, a conclusão daquela viagem representava apenas o início de uma nova peregrinação, que o levaria até à Índia.
Ali, os seus discípulos, tanto ontem como hoje, definiram aquilo que o Apóstolo lhes ensinou, como "o Caminho de Tomé". Ele nunca foi entendido como senda substitutiva daquele que é o Caminho para o Pai, nosso Senhor e nosso Deus, mas como um caminho que para Ele conduz"
Cardeal Prefeito da congregação para as Igrejas Orientais
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