Rezemos pelos nossos irmãos, os cristãos de Mosul!
Assim como Cristo foi perseguido, assim os seus estão sendo perseguidos hoje. Este símbolo abaixo - a letra "nun"que significa Ana Nazráni: Sou Cristão -; está sendo marcado em suas portas, tal como um dia Hitler fez aos judeus com a estrela de Davi, para que sejam alvo se perseguições, humilhações e morte.
Que a Virgem olhe por eles, que o Senhor esteja com eles. Rezemos!
"O Estado Islâmico declarou guerra aos cristãos de Mosul.
Instados a deixarem o “Califado” ou se sujeitarem ao pagamento de imposto de “Infiel”, destinados à vingança popular por esse “N” – como em “Nazareno” – inscrito em suas casas, os discípulos de Jesus Cristo, transformados em cidadãos de segunda classe, em breve não terão outra escolha a não ser se “converterem” ou perecerem pela espada…
A intolerância não está mais escondida. Ela é reivindicada pelo chefe Abu Bakr al-Baghdadi, que se faz chamar de Ibrahim. Uma ironia sinistra: Ibrahim é o nome árabe de Abraão, o pai dos crentes, que veio do Iraque, sob cujo nome os muçulmanos e cristãos da região deveriam se reunir e viver em paz.
Os cristãos do Iraque eram 1 milhão antes da intervenção americana. Atualmente eles não passam de 400.000. A cada onda de humilhações, violência, perseguições, eles percorrem o caminho do êxodo.
Um desses exilados, Joseph Fadelle, contou, em um livro, “O Preço a Pagar” (Le Prix à payer), a respeito do destino terrível reservado a seus correligionários por muitos anos. Com a instalação do “Califado”, a ameaça agora é clara: olhem o inimigo, cristandade!
Certamente, vozes importantes se elevam em indignação: há meses o Papa Francisco soou o alarme e assegurou sua compaixão a seus irmãos. O Secretário Geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, acaba de condenar um “crime contra a humanidade.” Agências internacionais estão preocupadas e elevam o seu tom. E aí? A opinião pública europeia, tão ávida para mobilizações, petições, manifestações de todo tipo… E neste caso, nada! Silêncio, estamos perseguindo!
Permaneceremos surdos por mais tempo?
Será que terá que acontecer um massacre fora das férias de verão para nos mexermos? Após o Tour de France? Antes das grandes multidões de férias? Diante da aterrorizante procissão de horrores, expulsões, assassinatos em Mosul, exibiremos apenas a nossa indiferença? Cristãos ou não cristãos, continuaremos surdos por quanto tempo ainda diante dessas terríveis palavras do Evangelho ressoando em todo mundo: “Se eles permaneceram em silêncio, as pedras gritarão!“
LE FIGARO – Editorial
por Étienne de Montety
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