terça-feira, 26 de agosto de 2014

Aquilo contra que estamos combatendo

Por venerável Fulton Sheen

Fonte: Filosofias em Luta

Primeira Parte - AQUI
Segunda Parte - AQUI
Terceira Parte - AQUI

" Totalitarismo:  que anti-cristão, anti-humano e anti-democrático e se manifesta em quatro modalidades:

A - Modalidade histórica - Fascismo
B - Modalidade antropológica - Glorificação da raça nórdica - Nazismo
C - Modalidade teológica: identificação da Divindade com uma disnatia  - Imperialismo Japonês.
D - Modalidade econômica: Proclamação da luta de classes sobre a base anti-religiosa de uma ditadura do proletariado - Socialismo Marxista.

Na Encíclica de Natal de 1942- Papa Pio XII condenou as quatro. Nenhuma é um Estado, no sentido político de termo; antes constitui cada uma delas uma filosofia da vida operando por intermédio de um Partido Único, que age como substituto do Estado. Todas são concordes em investir de um significado divino as idéias primárias de classe, raça, nação e sangue.

Como está implícito na palavra - totalitário - esses sistemas exigem o domínio total do homem - do homem todo, corpo e alma, e visam o contrôle dos mais recônditos setores do espírito.Neste sentido são religiões; e somente em segundo lugar sistemas políticos. E por serem religiões perseguem judeus e cristãos, a seus olhos religiões rivais.

De fato, reivindicam mais do que o Cristianismo, por este deixou a César o que ra de César, ao passo que esses novos e falsos credos insistem em que até o que é de Deus pertence a César.

Como se originaram esses pseudomisticismos?

Em sua forma européia, surgiram em parte como reação contra os excessos e as deficiências da cultura leiga e materialista do resto do Ocidente, exatamente como se um homem insensato ateasse fogo á sua granja para livrar-se de alguns ratos.

Quem quer que considere a história na perspectiva destes últimos cem anos, há de encontrar o repúdio progressivo dos principais cristãos na vida social, política e econômica, repúdio esse que produziu a nossa presente civilização anti-religiosa ( o comunismo) e, por fim,  como reação, o nazismo anti-religioso.

Tempos houve em que existiu uma cultura cristã. Não era perfeita, pois nunca se entendeu do Cristianismo que realizasse a sua perfeição neste mundo. Floresceu na Idade Média. Disse certa vez Chesterton que essa idade é chamada a Idade Sombria por aqueles  que estão no escuro em relação a ela.

O fundamento de sua civilização era a lei, a educação, a política, a economia, o serviço social, as artes, as indústrias, o trabalho e o capital construíram-se hierarquicamente em forma de pirâmide, com Deus no ápice. Todo homem, fosse ele um erudito ou um camponês, um senhor ou um servo, um pecador ou um santo, reconhecia o Senhor como Aquele a Quem faveria um dia de volver, para prestar contas do que fizera a Seu serviço.

E assim, a vida estava imbuída de moralidade: política e economia eram ramos da ética e os homens eram unos, porque havia um Senhor, uma Fé, um Batismo.

Essas civilização grandiosa entrou em declínio devido, em parte, ao renascimento de ideias pagãs, à decadencia moral dos indivíduos. Começou então o que chamamos de a Era das Substituições, em que os homens procuraram para a unidade moral bases outras que não a Igreja. Entre esses substitutos, acham-se a Bíblia, a Razão, o Interesse Individual. A cultura secular e irreligiosa de nossos dias brotou dessas raízes.

 Bíblia: Esta época teve a grande vantagem de conservar ainda coesa a sociedade, sobre a base supranatural e da inspiração moral de Cristo Filho de Deus. Não conseguiu, porém, preservar essa unidade por muito tempo, antes de tudo porque, quando cada um se tornou  intérprete infalível do livro, houve tantas religiões quantas cabeças; e também porque, uma vez desligado o Livro do Conselho de Editores que lhe garantia a inspiração e de uma Côrte Suprema que o interpretava, veio a ser uma base de discórdia, mais do que de harmonia.

Puseram-se depois os homens à cata de um novo vínculo e pelejavam por estabelece-lo  na Razão - não há razão iluminada pela Fé, mas razão divorciada da fé. Assim, a chamada "Idade do Racionalismo" foi de fato uma " Era de incredulidade" pois os seus protagonistas eram homens corrosivos como Hume, Kant e Voltaire, que mediam o desenvolver da razão por seu alheamento a Deus, que podia, Ele só, garantir-lhe as conclusões e as libertações.

A soberania da gente raciocinante tomou o lugar da de Deus. Todos os princípios foram rejeitados exceto alguns, evidentes por si, e que se presumia poderem salvaguardar a fraternidade do homem sem a Paternidade de Deus.

Mas a razão não pôde manter a sociedade unida, porque logo cada um se tornou seu ´próprio interprete dela, como anteriormente o fora o Livro.

Depois veremos o terceiro substituto: A entronização do Interesse Privado.

Fiquem com Deus.


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