segunda-feira, 8 de setembro de 2014

A entronização do Interesse Privado.

Por Venerável Fulton Sheen

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Quarta Parte  - AQUI


" Veio então o último substituto: A Entronização do Interesse Privado. Os homens tinham dito: não queremos que a Igreja de Cristo nos governe, acrescentaram mais tarde: não queremos que o Mundo de Deus nos governe; assim, vamos nos governar por nossa própria razão; acabaram devidindo governar-se a si mesmos, na base de uma absoluta independencia para com Deus.

Os três princípios capitais da cultura liberal foram os seguintes:

1 - Em Economia: deixar todos os homens livres de trabalharem por seu destino econômico como julgarem conveniente, pois daí decorrerá o bem comum. Sobre este princípio amoral é que se funda o Capitalismo moderno.

2 - Em Política: A fim de que o indivíduo possa ficar livre de coerção em suas atividades econômicas, o Estado deve exercer apanas funções negativas, como o policial cujo encargo é prevenir  que os outros interfiram em nossos negócios e especialmente proteger os direitos de propriedade.

3 - Na Sociedade: a liberdade significa o direito a fazer o que aprouver. O homem é livre no mais alto grau, quando desimpedido de qualquer  constrangimento, disciplina e mando. A personalidade exprime-se quando se quebram os grilhões da Lei.

A Era da Substituição tem atrás de si três grandes revoluções: 

1 - A revolução religiosa: que desenraizou a responsabilidade do homem para com a comunidade espiritua.
2 - A revolução francesa: que isolou o homem da responsabilidade para com a comunidade política.
3- A Revolução Industrial: que com o liberalismo, separou o homem de qualquer responsabilidade social e bem comum.

Esta é a essência da cultura secular: a supremacia do indivíduo. Decepar suas raízes em Deus, suas raízes na Lei e suas raízes da fraternidade humana, levou naturalmente à anarquia da selva, à opressão dos fracos e desventurados, a uma sociedade que não passa de um entrelaçamento de egoísmo e na qual cada homem é um lobo para o próximo. E esses egoísmos, quando alçados ao plano da nacionalidade e militarizados, culminaram na primeira guerra mundial.

Deste modo, uma idade laicizada, iniciando-se com o sonho de uma fraternidade sem Deus, terminou numa série de conflitos malogrados, em que homens de diversas raças e nações sofreram a tentação de negar os últimos vestígios de humanidade. Não soubemos, porém, tirar os ensinamentos dessa primeira guerra mundial. Procedemos como o homem depois do Dilúvio. Ele logo construiu a Torre de Babel, graças à qual pretendia poder galgar os céus por seus próprios meios e sem ajuda de Deus.

Assim também, depois daquela guerra, que foi um dilúvio, não de água , porém de sangue,  o homem persistiu em afirmar que podia por seus próprios recursos edificar um novo mundo isento de deveres para com Deus e Sua Lei Moral.

Um coisa insólita ocorreu em certas nações, depois da primeira guerra mundial: a saber, uma reação contra o individualismo, suas obras e suas pompas.

Em três  países rebentou a revolução: Nazista - Fascista e a Comunista. Nenhuma delas foi imposta ao povo por ditadores cruéis. As massas não são estúpidas; a menos que sentissem que esses movimentos estavam corrigindo certos abusos tremendos, nunca os seus líderes teriam subido ao poder.

Há em toda revolução dois elementos: protesto e reforma. Os protestos destes revolucionários eram justificados; as reformas erradas. O atrativo da revolução estava em reclamar contra os erros da nossa cultura secularista e sua glorificação do indivíduo.

Lenin proclamou à face do mundo: " Porventura não sois capazes de ver que um sistema econômico que permite a cada um fazer o que quiser, significa que os ricos são favorecidos e os fracos esmagados? Aquilo a que se chama liberdade econômica acabará exprimindo a concentração da riqueza nas mãos de alguns e o emprobrecimento das massas.É mister que haja uma reordenação da vida econômica no sentido de serem todos os recursos materiais de uma nação consagrados ao bem geral".

E assim falando Lenin estava com toda razão! Muito embora porém, o seu protesto fosse justo, sua reforma foi errada, pois passou ao extremos oposto, instituindo em lugar do privilégio do dinheiro, o privilégio do poder, e curou o abuso dos direitos de propriedade pela destruição de todos os direitos.

Fonte Filosofias em Luta

Depois continuamos.
Fiquem com Deus.


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