segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Restaurar a propriedade ou destruir a liberdade?

Por Venerável Fulton Sheen

Primeira Parte: Propriedade Privada e Liberdade



" A ditadura do Proletariado - Comunismo -; não é a solução para as nossas desigualdades, pois a história da Rússia com suas carnificinas diárias provam que a ditadura do proletariado significa na prática ditadura SOBRE o proletariado.

Os comunistas estão simplesmente perdendo seu tempo ao atacarem a propriedade produtiva. Atacam-na não porque julguem que a propriedade é intrinsicamenteerrada, mas porque julgam que ela foi roubada pelo capitalismo.

Há uma forte parcela de inveja no ataque comunista contra a propriedade privada. Na verdade, odeia os proprietários particulares, porque os admira; odeia o capitalismo, porque ele próprio quer se tornar um capitalista. Se os comunistas aanalisassem honestamente os seus sentimentos, perceberiam que o que eles realmente procuram é a solução cristã, isto é, a abolição do proletariado como elemento preponderante na sociedade, pois enquanto o proletário viver à disposição de outrem, não será livre, quer viva com o salário dos capitalistas, quer sob a opressão dos Chefes Vermelhos.

A posição da Igreja é que uma mais larga distribuição da propriedade privada é necessária à salvaguarda e proteção da liberdade humana.. Isto não quer dizer que todos devem possuir a propriedade privada, mas que deve possuí-la um número de pessoas sificiente para dar um certo cunho à sociedade.

Por este meio espera a Igreja introduzir a democracia na ordem econômica, como é de supor já exista na ordem política, onde exista uma renascimento das relações humanas, que virá dar ao trabalhador as mesmas oportunidades para manifestar suas necessidades, seus desejos, seus direitos, que como cidadão, tem na democracia política. A liberdade política se desdobrará assim em liberdade econômica, de modo que, correspondendo ao seu voto como cidadão responsável haverá, conforme proconiza o santo padre:algumka participação nos lucros, na administração e ou na propriedade da indústria.

A Igreja sempre foi a favor da propriedade privada, porque defendendo-a ela defende a liberdade, pois não existe neste mundo mais vivo sentimento de liberdade, quando, fechada a porta e sentados mesmo numa cadeira quebrada, contemplamos, como de um trono, o império que podemos chamar nosso.

Alguns séculos atrás a Igreja saía a campo para se bater contra o determinismo calvinista, que asseverava que o homem era predestinado ao céu ou ao inferno independente de seus méritos. Refutando esse erro, sustentou a Igreja  a liberdade do homem à santidade. Sai hoje a Igreja para novos campos de batalha, não para defender a liberdade de cada um ser santo, mas a liberdade do homem a ser homem - o direito de ser independente daqueles que agora o possuem por possuírem aquilo que ele trabalha.

A Igreja que outrora lutou para se libertar do fiat teológico de uma vontade soberana arbitrária, luta agora para libertar o homem do fiat econômico do capitalismo arbitrário.

Depois continuamos  - valerá a pena!

Fonte: O problema de Liberdade



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