terça-feira, 21 de junho de 2011

Solenidade de Corpus Christi


Nos diz o Papa João Paulo II, hoje Beato: "Ecce panis Angelorum - factus cibus viatorum: - vere panis filiorum: Eis o pão dos Anjos, feito pão dos peregrinos, verdadeiro pão dos filhos" (Sequência).

A Igreja mostra ao mundo o Corpus Domini o Corpo de Cristo. E convida-nos a adorá-Lo: Venite adoremus Vinde, adoremos!

O olhar dos crentes concentra-se no Sacramento, em que Cristo se deu totalmente a si mesmo: Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Por isso foi sempre considerado o mais Santo: o "Santíssimo Sacramento", memorial vivo do Sacrifício redentor. Voltamos, na solenidade do Corpus Domini, àquela "Quinta-feira" a que todos chamamos "santa", na qual o Redentor celebrou a sua última Páscoa com os discípulos: foi a Última Ceia, cumprimento da ceia pascal hebraica e inauguração do rito eucarístico. Por isso a Igreja, desde há séculos, escolheu uma quinta-feira para a solenidade do Corpus Domini, festa de adoração, de contemplação e de exaltação. Festa em que o Povo de Deus se reúne à volta do tesouro mais precioso herdado de Cristo, o Sacramento da sua própria Presença, e O louva, canta e leva em procissão pelas ruas da cidade.

No Pão e no Vinho consagrados permanece connosco o mesmo Jesus dos Evangelhos, que os discípulos encontraram e seguiram, que viram crucificado e ressuscitado, cujas chagas Tomé tocou, prostrando-se em adoração e exclamando: "Meu Senhor e meu Deus!" (Jo 20, 28; cf. ibid., 17, 20). No Sacramento do altar é oferecida à nossa amorosa contemplação toda a profundidade do mistério de Cristo, o Verbo e a carne, a glória divina e a sua morada entre os homens. Perante Ele, não podemos duvidar de que Deus está "connosco", que assumiu em Jesus Cristo todas as dimensões humanas, excepto o pecado, despojando-se da sua glória para com ela nos revestir a nós."

«Celebrando a despedida,
Com os doze Ele ceou,
toda a Páscoa foi cumprida,
novo rito inaugurou.
E seu Corpo, pão da vida,
aos irmãos Ele entregou».

Com estas palavras, S. Tomás de Aquino sintetiza o evento extraordinário da última Ceia, diante do qual a Igreja permanece em contemplação silenciosa e, de certo modo, imerge-se no silêncio do Jardim das Oliveiras e do Gólgota.

O Doutor Angélico exorta: «Pange, lingua, gloriosi Corporis mysterium...».

«Canta, Igreja, o Rei do mundo,
que se esconde sob os véus;
canta o sangue tão fecundo,
derramado pelos seus,
e o mistério tão profundo
de uma Virgem, Mãe de Deus!».

Para que fosse possível exprimir de maneira mais intensa a alegria pela instituição da Eucaristia: surgiu, há mais de sete séculos, a solenidade de «Corpus Christi», caracterizada por grandes procissões eucarísticas, que põem em evidência o «itinerarium» do Redentor do mundo no tempo: «Vós caminhais através dos séculos».
Em junho de 1246 a festa de Corpus Christi foi instituída, e em outubro de 1264 o papa Urbano IV estendeu a festa para toda a Igreja. Nessa festa, o maior dos sacramentos deixados à Igreja mostra a sua realidade: a Redenção.

«Tantum ergo Sacramentum veneremus cernui...?». «Adoremos o Sacramento que Deus Pai nos deu, Novo pão, novo rito na fé realizou-se. Ao mistério é fundamento a palavra de Jesus».

«Genitori Genitoque Laus et iubilatio... ?». «Glória ao Pai omnipotente, glória ao Filho Redentor, louvor grande, suma honra à eterna Caridade.

Glória imensa, eterno amor à Santíssima Trindade»! Amém.

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