terça-feira, 8 de novembro de 2011

Dê-lhe uma Oferenda que Ele não possa recusar


Por Scott Hann

A Liturgia Eucarística começa com o ofertório, e o ofertório anuncia nosso compromisso. Trazemos pão, vinho e dinheiro para manter o trabalho da Igreja.

Na Igreja primitiva, os fiéis realmente assavam o pão e faziam o vinho para a celebração;no ofertório, eles os apresentavam.(em algumas Igrejas orientais, o pão e o vinho ainda são produzidos pelos paroquianos).

A questão é esta: nós nos oferecemos juntamente com tudo que temos. Não porque somos especiais, mas porque sabemos que o Senhor toma o que é temporal e o faz eterno, toma o que é humano e o faz divino.

O Concílio Vaticano II falou de maneira convincente a respeito da oferenda do laicato:"..todas as suas obras, preces e iniciativas apostólicas, vida conjugal e familiar, trabalho cotidiano, descanso do corpo e da alma...tornam-se 'hóstias espirituais agradáveis a Deus, por Jesus Cristo' (IPd 2,5), hóstias que são piedosamente oferecidas ao Pai com a oblação do Senhor na celebração da Eucaristia. Assim também os leigos, como adoradores agindo santamente em toda parte, consagram a Deus o próprio mundo" (Lumem Gentim 34).

Tudo que temos vai ao altar para ser santificado em Cristo. O sacerdote faz a ligação explícita enquanto derrama a agua e o vinho nos cálices: "Pelo mistério desta agua e deste vinho possamos participar sa dinvindade de Cristo, que se dignou assumir a nossa humanidade".

Essa mistura é símbolo magnífico que indica a união das naturezas divina e humana de Cristo, o sangue e a agua que saíram de seu lado na cruz e a união de nossas dádivas perfeita que o Senhor faz de si mesmo. É uma oferenda que o Pai não pode recusar.

Mobilidade para o Alto

Agora, depois de elevar as dádivas, o sacerdote nos convida: "Corações ao alto". Esta imagem é poderosa e se encontra nas liturgias cristãs do mundo todo, desde os tempos primitivos. Erguemos o coração para o céu. Nas palavras do Apocalíse (veja Ap 1,10;4,1-2), somos arrebatados pelo Espírito - para o céu.

De agora em diante, dizemos, veremos a realidade com a fé, não com os olhos. Então, o que vemos nesse céu? Reconhecemos que à nossa volta toda estão os anjos e santos. Cantamos o canticos que, de acordo com muitos relatos, os anjos e santos proclamam diante do trono celeste (Ap 4,8;Is 6,2-3).

No Ocidente , nós o chamamos de "Sanctus" ou "Santo, Santo, Santo"; no Oriente é o "Trisagion" ou "Hino do três vezes Santo". Em seguida, temos o clímax do sacrifício eucarístico, a grande oração eucarística (ou Anáfora). É quando fica claro que a nova aliança não é um livro, mas uma ação, e essa ação é a Eucaristia.

Há muitas orações eucarísticas em uso em toda a Igreja, mas todas contêm os mesmos elementos:

Epiclese. É quando o sacerdote coloca as mãos sobre sa dádivas e invoca o Espírito Santo. É um poderoso encontro com o céu, mais suntuosamente apreciado no Oriente. A narrativa da instituição é o momento em que o Espírito e a Palavra transformam os elementos do pão e do vinho no corpo e sangue, alma e divindade de Jesus Cristo. Agora o sacerdote relata o drama da Última Ceia, quando Jesus fez provisões para a renovação do sacrifício de sua aliança para todo o sempre.

O que o Exodo 12 foi para a Liturgia da Páscoa, os evangelhos são para a oração eucarística - mas com uma grande diferença. As palavras da nova Páscoa "efetuam o que expressam".

Quando pronuncia as palavras da instituição - "Isto é meu corpo...Este é o cálice do meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança" - O sacerdote não narra apenas, ele fala na pessoa de Cristo, que é o principal celebrante da missa. Pelo sacramento da Ordem, um homem muda sua verdadeira existência; como sacerdote, torna-se outro Cristo. Jesus ordenou os apóstolos e seus sucessores para celebrarem a missa, quando disse: "Fazei isto..em memória de mim"(ICor 11,25). Observe que lhes ordenou: fazei isto e não "escrevei isto" ou "lede isto".

Memento. Usamos as palavras "memento" ou "memorial" para descrever a parte seguinte da oração eucarística, mas essas palavras não fazem muita justiça aos termos da língua original.

No AT, por ex., lemos com frequência que Deus "se lembrou de sua aliança". Ora, não é como se Ele pudesse esquecer sua aliança, mas, em determinadas ocasiões, em benefício de seu povo, Ele a renovou. Reapresentou-a. Redecretou-a. É isso que Ele faz, por intermédio do sacerdote, no memorial da missa. Ele renova sua aliança.

Oferecimento. O "memorial" da missa não é imaginário. Tem carne; é Jesus em sua humanidade glorificada, e Ele é nosso oferecimento."Celebrando agora , ó Pai, a memória do vosso Filho, da sua paixão que nos salva...nós vos oferecemos em ação de graças este sacrifício de vida e santidade" (Oração eucarística III).

Intercessões. Então, com o próprio Jesus Cristo, rezamos ao Pai pelos vivos e pelos mortos, por toda Igreja e por todo o mundo.

Doxologia. O fim da oração eucarística é um momento emocionante. Nós o chamamos "doxologia", termo grego, para "palavra de glória".O sacerdote ergue o cálice e a hóstia, a que agora se refere como Cristo. Este é Jesus e "Por Cristo, com Cristo , em Cristo, a vós, Deus Pai todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda a honra e toda a glória, agora e para sempre". Aqui, nosso "Amém" deve ser retumbante; é tradicionalmente chamado " o grande Amém".

No séc. IV, são Jerônimo relatou que, em Roma, quando o grande Amém era proclamado, todos os templos pagãos tremiam.

Fonte: O Banquete do Cordeiro (Veja aqui)

Veremos depois: Assuntos de Família.

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