segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Igreja Católica - Parte II


Igreja Católica - Parte I

Por: Padre Léo Trese.

Membros da Igreja

Uma pessoa passa a ser membro da Igreja pelo Batismo e continua a sê-lo enquanto dela não se separar por:

- cisma: negação ou contestação da autoridade papal
- heresia: negação de uma ou mais verdades da fé proclamadas pela Igreja
- excomunhão: exclusão da Igreja por certos pecados graves sem arrependimento.

Mas mesmo essas pessoas, se forem batizadas validamente, permanecem basicamente súditos da Igreja e estão obrigadas a cumprir as suas leis, a não ser que delas sejam dispensadas especificamente.

Não podemos considerar a Igreja de um ponto de vista apenas externo, ela é infinitamente mais que mera organização exterior visível. A alma da Igreja é a que a torna, além da organização, um organismo vivo. Assim, como a inabitação das três pessoas divinas dá a alma a vida sobrenatural a que chamamos graça santificante. Assim a inabitação da Santíssima Trindade dá a Igreja a sua vida inextinguível, a sua perene vitalidade. O Espírito Santo é a alma da Igreja cuja cabeça é Cristo

Deus criou a Igreja de uma forma muito semelhante a criação do homem: Ele desenhou o Corpo da Igreja na Pessoa de Jesus Cristo. Esta tarefa se estendeu por três anos, desde o primeiro milagre público de Jesus, em Caná, até a sua Ascenção ao céu.

Jesus escolheu os seus doze apóstolos, destinados a serem os primeiros Bispos da sua Igreja. Durante três anos, instruiu-os e treinou-os nos seus deveres, na missão de estabelecer o Reino de Deus. Neste mesmo período desenhou também os sete canais os sete sacramentos, pelos quais fluiriam as almas dos homens as graças que Ele ganharia na cruz

Ao mesmo tempo, Jesus confiou aos Apóstolos uma tríplice missão, que é a tríplice missão da Igreja:

1 - Ensinar: "Ide, pois, ensinai a todos os povos [...]. Ensinando-os a observar todas as coisas que vos mandei"(Mt. 28,19-20).

2 - Santificar: "Batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt. 28,19); Isto é o meu corpo [...]; fazei-o em memória de mim (Lc. 22,19); Àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados. Àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos (Jo. 20,23).

3 - Governar em seu nome: "Se se recusar a ouvi-los, dize-o à Igreja. Se não ouvir a Igreja, considera-o como um gentio ou um publicano. [...] Tudo o que ligardes sobre a terra, será ligado no céu; e tudo o que desatardes sobre a terra, será desatado no céu (Mt. 18,17-18); Quem vos ouve, a mim ouve, e quem vos despreza, a mim despreza (Lc. 10,16).

"Para manter a Igreja na pureza da fé transmitida pelos Apóstolos, Cristo quis conferir à sua Igreja, uma participação na sua própria infalibilidade, Ele que é a Verdade. Guia o Povo de Deus, sob a guia do Magistério vivo da Igreja" (cf. LG. 12,DV 10).

“A missão do Magistério está ligada ao caráter definitivo da Aliança instaurada por Deus em Cristo como seu Povo; deve protegê-lo dos desvios e dos desfalecimentos e garantir-lhe a possibilidade objetiva de professar sem erro a fé autêntica. O ofício pastoral do Magistério está assim ordenado ao cuidado para que o Povo de Deus permaneça na verdade que liberta. Para executar este serviço, Cristo dotou os pastores do carisma de infalibilidade em matéria de fé e de costumes” (ns. 889-90; cf. também ns. 888 e 891-2).

“O bispo e os presbíteros santificam a Igreja pela sua oração e trabalho, pelo ministério da palavra e dos sacramentos. Santificam-na pelo seu exemplo, não agindo como senhores daqueles que vos couberam por sorte, mas, antes, como modelos do rebanho (1Pd. 5,3)” (n. 893).

“Os bispos dirigem as suas Igrejas particulares, como vigários e delegados de Cristo, mediante conselhos, exortações e exemplos; mas também pela sua autoridade e pelo seu poder sagrado. (LG. 27), que devem, no entanto, exercer para edificação e no espírito de serviço que caracteriza o do seu Mestre” (n. 894; cf. também os ns. 895-6).S

Outra missão de Jesus, ao formar o Corpo da sua Igreja, foi a de prover uma autoridade para o seu Reino na terra. Atribuiu essa tarefa ao Apóstolo Simão, filho de João, e, ao fazê-lo, impôs-lhe um nome novo, Pedro, que quer dizer pedra.

A promessa foi esta:" Bem aventurado és, Simão, filho de Jonas [...]. E eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do reino dos céus "(Mt. 16,17-19). E Jesus cumpriu essa promessa depois de ressuscitar, segundo lemos no cap. 21 do Evangelho de São João.

Após obter de Pedro uma tríplice manifestação de amor (Simão, filho de Jonas, tu me amas?), fez dele o pastor supremo do seu rebanho. "Apascenta os meus cordeiros," disse-lhe Jesus, apascenta as minhas ovelhas.

Todo o rebanho de Cristo – ovelhas e cordeiros, bispos, sacerdotes e fiéis porque, é evidente, Jesus não veio à terra para salvar só as almas contemporâneas dos Apóstolos. Jesus veio para salvar todas as almas, enquanto houver almas que salvar.

“O Papa, Bispo de Roma e sucessor de São Pedro, (LG.23). (LG. 22)” (n. 882; cf. também os ns. 880-1 e 883-7).

O tríplice dever (e poder) dos Apóstolos – ensinar, santificar e governar – foi por eles transmitido a outros homens, a quem, pelo sacramento da Ordem, ordenariam e consagrariam para continuarem a sua missão. Os bispos atuais são sucessores dos Apóstolos.

Cada um deles recebeu o seu poder episcopal de Cristo, por meio dos Apóstolos, em continuidade ininterrupta. E o poder supremo de Pedro, a quem Cristo constituiu cabeça de tudo, reside hoje no bispo de Roma, a quem chamamos com amor o Santo Padre.

Isto é assim porque, pelos desígnios da Providência, Pedro foi a Roma e lá morreu como primeiro bispo da cidade. Consequentemente, quem for bispo de Roma será automaticamente o sucessor de Pedro e, portanto, possui o especial poder de Pedro de ensinar e governar toda a Igreja.

Este é, pois, o Corpo da Igreja de Cristo, tal como Ele a criou:

Não uma mera irmandade invisível de homens unidos pelos laços da graça, mas uma sociedade visível de homens subordinada a uma cabeça investida em autoridade e governo.

É o que chamamos uma sociedade hierárquica, com as sólidas e admiráveis proporções de uma pirâmide.

No cume o Papa, com suprema autoridade espiritual. Imediatamente abaixo, formando com o Papa o Colégio Episcopal, do qual o Sumo Pontífice é a cabeça, os outros bispos, cuja jurisdição, cada um na respectiva diocese, procede da sua união com o sucessor de Pedro. Mais abaixo, os sacerdotes que, como cooperadores dos bispos, em virtude do sacramento da Ordem, são consagrados para pregar o Evangelho, apascentar os fiéis e celebrar o culto divino. Finalmente, está a ampla base do povo de Deus, as almas de todos os batizados, para quem os outros existem. Este é o Corpo da Igreja tal como Jesus o constituiu nos seus três anos de vida pública.

Como o corpo de Adão, jazia à espera da alma. Esta alma havia sido prometida por Jesus quando disse aos seus Apóstolos antes da Ascensão: "Recebereis a virtude do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia, na Samaria e até as extremidades da terra" (At. 1,8).

Conhecemos bem a história do Domingo de Pentecostes, décimo dia depois da Ascensão e quinquagésimo depois da Páscoa (Pentecostes significa “qüinquagésimo”): "Apareceram-lhes repartidas umas como línguas de fogo, que pousaram sobre cada um deles [dos Apóstolos], ficando todos repletos do Espírito Santo" (At. 2,3-4).

E, nesse momento, o Corpo tão maravilhosamente desenhado por Jesus durante três pacientes anos aflorou subitamente à vida.

O Corpo Vivo levanta-se e começa a sua expansão.

Nasceu a Igreja de Cristo!


Fonte: A Fé explicada.

Depois veremos: O que é um ser humano?


Nenhum comentário:

Postar um comentário