terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Símbolo de Fé - Primeiro Artigo


Todo Poderoso

A Sagrada Escritura emprega muitas expressões para indicar o sumo poder e a imensa majestade de Deus. Mostra-nos assim com quanto respeito devemos venerar seu Nome Santíssimo.

Entretanto, devemos saber, em primeiro lugar, que a Deus se atribui com maior freqüência o nome de "Onipotente". Deus declara de Si mesmo: "Eu sou o Senhor Todo-Poderoso". Quando enviara os filhos a José, Jacó rezou por eles: "Meu Deus, o TodoPoderoso, vo-lo torne propício!" - No Apocalipse também está escrito: "O Senhor Deus, que é, e que era, e que há de vir: o Todo-Poderoso". outra passagem fala "do grande dia de Deus Todo-Poderoso".

Algumas vezes, enuncia-se o mesmo atributo por meio de paráfrases, como acontece nas seguintes passagens: ''A Deus, nada é impossível". Porventura, a mão do Senhor já não terá força? - "Em Vossa mão está usar de poder, quando quiserdes". - E outras mais, do mesmo sentido, que se resumem indubitavelmente nesta única palavra: o Todo-Poderoso.

O que Deus pode:

Este conceito nos dá a entender que nada existe, nada se pode pensar ou imaginar que Deus não tenha a virtude de realizar. Pode, portanto, não só operar prodígios que, por maiores que sejam, não excedem de maneira absoluta o âmbito de nossas idéias, como por exemplo fazer voltar ao nada todas as coisas, ou num ápice tirar do nada outros mundos; mas pode também fazer coisas muito maiores, que a inteligência humana não chega sequer a supeitar.

O que Deus não pode:

Apesar de poder tudo, Deus não pode todavia mentir, nem enganar, nem ser enganado, nem pecar, nem perecer, nem tampouco ignorar alguma coisa. São deficiências que só podem ocorrer numa natureza, cuja operação é imperfeita. Ora, operando sempre de maneira perfeitíssima, Deus não é capaz de tais coisas. O poder fazê-las é sinal de fraqueza, e não se coaduna com o domínio sumo e ilimitado que Deus exerce sobre todas as coisas. Cremos, portanto, que Deus é Todo-Poderoso, mas dessa crença arredamos para longe tudo o que se não refira, nem condiga com a perfeição da natureza divina.

Relação com os demais atributos

Devemos saber que houve sábias e acertadas razões para se omitir no Símbolo os
outros atributos divinos, enquanto se propõe à nossa crença este único de Sua onipotência.
Com efeito, desde que reconhecemos a Deus como sendo Todo-Poderoso, força nos é também professar que Ele sabe todas as coisas, e que todas as coisas estão igualmente sujeitas ao Seu poder e soberania. E se não duvidamos que tudo pode, é logicamente necessário termos por certas as outras perfeições de Deus, porque sem elas não poderíamos absolutamente compreender a Sua onipotência.

Frutos:

1 - confiança em Deus, pela fé:
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Além disso, não há o que mais concorra para firmar a nossa fé e esperança do que a convicção, profundamente gravada em nossas almas, de que a Deus nada é impossível. Tudo o que nos for necessário crer, por grandes e admiráveis que sejam os mistérios, por mais que transcendam as leis ordinárias da natureza, a razão humana os aceitará sem nenhuma hesitação, uma vez que tenha uma idéia exata da onipotência de Deus. Quanto mais sublimes as verdades que vêm de Deus, tanto maior a presteza da razão em acredita -las .

pela esperança:

Quando tem de esperar algum benefício, o cristão nunca arrefece ante a grandeza do bem almejado. Sente, pelo contrário, sua coragem e esperança crescerem com a idéia de que a Deus Todo-Poderoso nada é impossível. Esta fé e confiança devem alentar-nos, principalmente nas obras extraordinárias que tivermos de empreender, para o bem e proveito do próximo; ou quando quisermos implorar alguma mercê de Deus. O próprio Nosso Senhor nos ensinou o primeiro destes deveres, ao censurar a incredulidade dos Apóstolos: "Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para lá, e ele passará. Nada vos será impossível". (Mt 17,20)

O segundo dever, o Apóstolo São Tiago no-lo inculca: "Peça com fé, sem nenhuma hesitação, pois quem hesita assemelha-se à onda do marque o vento chicoteia de um lado para outro. Não cuide, pois, tal homem que do Senhor receberá alguma coisa". (Tg 1, 6-7)

Humildade e verdadeiro amor

Sob outros pontos de vista, a fé na onipotência divina dá-nos ainda muitas vantagens. Ensina em primeiro lugar, uma perfeita modéstia e humildade de espírito, segundo a afirmação do Príncipe dos Apóstolos: "Humilhai-vos debaixo da mão de Deus".(I Pe 5,6)

Exorta-nos também a não temer onde não há motivo, mas a temer só a Deus em cujo poder estamos postos, nós e todas as coisas. Nosso Senhor disse cabalmente: "Mostrar-vos-ei a quem deveis temer. Temei aquele que depois de matar, pode ainda lançar no inferno". (Lc 12,15)

Gratidão

Esta fé leva-nos afinal a reconhecer e proclamar os imensos benefícios de Deus para conosco. Quem pensa em Deus Onipotente, não poderá ser tão desagradecido que não diga muitas vezes: "Grandes coisas operou em mim Aquele que é poderoso".

Atribuição ao Pai

Se neste Artigo dizemos que o Pai é Todo-poderoso, ninguém caia no erro de pensar que só a Ele atribuímos esse predicado, de sorte que não seja também comum ao Filho e ao Espírito Santo. Como afirmamos que o Pai é Deus, que o Filho é Deus, e que o Espírito é Deus, sem por isso reconhecer três deuses, mas a um só Deus; assim também dizemos que o Pai é Todo-Poderoso, que Filho é Todo-Poderoso, que o Espírito Santo é Todo-Poderoso, sem, contudo asseverarmos que haja três onipotentes, mas um só Onipotente.

Por ser fonte e origem de todas as coisas

Isto não obstante, damos ao Pai esse atributo, pela especial razão de ser Ele a fonte de tudo quanto existe. Da mesma maneira, atribuímos a sabedoria ao Filho, que é o Verbo eterno do Pai; e a bondade ao Espírito Santo, que é o amor de ambos. No entanto, pela regra católica de fé, estes e outros atributos devem ser enunciados em comum, com relação às três Pessoas divinas.

Veja: Sinopse


Fonte: Catecismo Romano

Depois veremos: Criador do Céu e da Terra.

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