quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Um sopro do passado


Por Scott Hann

Apesar de heterogênio, os futuristas não esgotaram as perspectivas interpretativas a respeito do livro do Apocalípse.

Alguns (chamados "idealistas") achavam que o livro inteiro era apenas metáfora para as lutas da vida espiritual. Outros achavam que o livro delineava um plano para a história da Igreja. Outros ainda argumentavam que o livro era simplesmente uma descrição codificada da situação política dos cristãos do séc.I. O objetivo do Apocalípse, segundo essa opinião, era exortar os fiéis a permanecerem firmes na fé, e prometer a vingança divina contra os perseguidores da Igreja.

Scott até achou algum mérito nesses argumentos, principalmente porque se relacionavam com alguns versículos específicos, mas nenhum foi capaz de satisfazer seu desejo de compreender o desenrolar da narrativa de João.

Quanto mais estudava, mais Scott entendia detalhes selecionados, mas menos parecia entender a totalidade do livro. Então, enquanto pesquisava outros assuntos, Scott depara com um tesouro escondido - isto é , escondido aos estudiosos da Escrituras em uma tradição que remonte a apenas 400 anos.

Scott começa a ler os Padres da Igreja, os autores e mestres cristãos dos oito primeiros séculos e em especial, seus comentários acerca da Bíblia. Scott diz que não parou de se chocar com sua ignorância, já que os Padres referiam-se frequentemente a uma coisa que ele desconhecia: a liturgia.

Entretanto, foi interessante descobrir que essa literatura antiga parecia incorporar muitos dos pequenos detalhes do Apocalípse - em um contexto no qual eles faziam sentido! Então, quando Scott passou a ler os estudos exegéticos do Apocalípse pelos Padres, descobriu que muitos deles haviam feito ligação explícita entre Missa e o livro do Apocalípse.

De fato, para a maioria dos cristãos primitivos era ponto pacífico: separado da liturgia, o livro do Apocalípse era incompreensível. Como Scott descreveu no cap.I, foi só quando começou a participar da missa que muitas partes deste livro enigmático começaram derepente a se esclarecer.

Scott começou a descobrir o sentido do altar do Apocalíse (Ap 8,3), seus sacerdotes paramentados (4,4), candelabros (1,12), perfume (5,8), maná (2,17), taças (cap 16), o culto no domingo (1,10), a proeminência que dá a Santíssima Virgem Maria (12,1-6), o "Santo, Santo, Santo!"(4,8), O Glória(15,3-4), o sinal da cruz (14,1), a Aleluia (19,1.3.6), as leituras das Escrituras (caps 2-3) e o "Cordeiro de Deus" (muitas e muitas vezes).

Não são interpretações da narrativa nem detalhes casuais; são a própria essência do Apocalípse.

Respostas dos Porquês.

Então o Apocalípse não era simplesmente uma advertência velada a respeito da geopolítica da década de 1970, nem uma história codificada do Império Romano do séc.I ou um manual de instruções para o fim dos tempos. Tratava-se, de certo modo, do próprio Sacramento que começa a atrair este "cristão´bíblico" para a plenitude da fé católica.

Contudo, surgiram novas perguntas. Se, nos textos das antigas liturgias, Scott topou com o "quê" do Apocalípse, restavam alguns imensos "porquês".

Por que essa estranha apresentação? Por que uma visão e não um texto liturgico? Por que o Apocalípse foi atribuido à João, entre todos os discípulos possíveis? Por que foi escrito, quando foi escrito?

As respostas surgiram quando Scott começou a estudar o tempo do Apocalípse e a liturgia desse tempo.

Fonte: O Banquete do Cordeiro

Veja o estudo AQUI

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