A Doutrina Católica, a vida dos Santos, o Itinerário Espiritual do Cristão, me fascinam. Leio tudo incansavelmente e trago para o Blog. Que ele sirva de formação para perseverarmos na verdade da fé, defendendo-nos contra as astúcias do inimigo, para a Glória de Nosso Senhor.
sábado, 15 de setembro de 2012
Donde há de vir julgar os vivos e os mortos
O Tríplice Ministério de Cristo
Jesus Cristo honra e engrandece a Sua Igreja com três importantes Ministerios: de Redentor, de Protetor, e de Juiz.
Pelos Artigos anteriores, já sabemos que Ele remiu o gênero humano pela Sua Paixão e Morte, e que pela Ascensão se tornou o perpétuo advogado e defensor de nossa causa. No presente Artigo, só resta explicar a Sua funçao de juiz. O Artigo quer dizer que Cristo Nosso Senhor, naquele dia supremo, há de julgar todo o gênero humano.
O Dia do Senhor
As Sagradas Escrituras atestam que são duas as vindas do Filho de Deus:
1 - A primeira foi quando assumiu carne, para nos salvar, e Se fez homem no seio da Virgem; a segunda será, quando vier para julgar todos os homens, na consumação dos séculos.
Nas Escrituras, esta segunda vinda se chama Dia do Senhor, do qual diz o Apostólo: "O dia do Senhor há de vir como o ladrão de noite Aquele dia, porém, e aquela hora, ninguém os conhece - declara o próprio Salvador"
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Sua realidade
Em prova do Juízo Final, basta citar esta passagem do Apóstolo: "Todos nós teremos de comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba retribuição do bem ou do mal, que tiver praticado em sua vida terrena".
Objeto de nossa esperança
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Se desde o início do mundo, todos ansiavam por aquele primeiro dia em que o Senhor se revestiu de nossa carne, porquanto nesse mistério havia a esperança de seu resgate, também agora devemos - depois da Morte e Ascenção do Filho de Deus suspirar ardentemente pelo segundo Dia do Senhor, aguardando a ditosa esperança e o aparecimento da glória do grande Deus.
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Dois Juízos
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Teremos de atender as duas ocasiões, em que todo homem deve comparecer na presenca do Senhor, para dar contas de todos os seus pensamentos, ações e palavras, e para aceitar finalmente a sentença imediata do Juiz.
a) o particular
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A primeira ocasião e o momento em que cada um de nós deixa este mundo; a alma é levada incontinenti ao tribunal de Deus, onde se examina com a máxima justeza, tudo o que o homem jamais fez, disse, e pensou em sua vida. É o que chamamos Juizo Particular.
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b) o universal
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A segunda ocasião, porém, há de ser quando todos os homens terão de comparecer juntos, no mesmo dia e no mesmo lugar, perante o tribunal do juiz, para que, na presença de todos os homens de todos os seculos, cada um venha saber a sentença, que a seu respeito foi lavrada.
Para os impios e malvados, esta declaração de sentença não constituirá a menor parte de suas penas e castigos; ao passo que os virtuosos e justos nela terão uma boa parte de sua alegria e galardão. Naquele instante, será pois revelado o que foi cada individuo, durante a sua vida mortal. Este Juizo se chama universal.
Motivos para o juízo universal
1 - Abrir todas as conciências
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Ora, os mortos deixam as vezes filhos que imitam os pais; parentes e discipulos que seguem e propagam seus exemplos em palavras e obras. Esta circunstancia deve aumentar os prêmios ou castigos dos próprios mortos.
Tal influencia, que a muitos empolga, em seu carater benefico ou maligno, não acabará senão quando romper o ultimo dia do mundo. Convinha, pois, fazer-se entao uma perfeita averiguação de todas essas obras e palavras, quer sejam boas, quer sejam más. O que, porém, não seria possivel sem um julgamento geral de todos os homens.
b) Reabilitar os justos
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Muitas vezes, os justos são lesados em sua reputação, porquanto os impios passam por grandes e virtuosos. Pede a divina justiça que, numa convocação para publico julgamento de todos os homens, possam os justos recuperar a boa fama, que lhes fora iniquamente roubada aos olhos do mundo.
c) responsabilizar também o corpo
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Alem disso, em tudo o que façam durante a vida, os bons e os maus não prescindem da cooperação de seus corpos. Dai decorre, necessariamente, que as boas ou más ações praticadas devem atribuir-se tambem aos corpos, que delas foram instrumentos.
Era, pois, de suma conveniência que os corpos partilhassem, com as almas dos prêmios da eterna glória ou dos suplícios, conforme houvessem merecido. Isto, porém, não poderia efetuar-se, sem a ressurreição de todos os homens, e sem um julgamento universal.
d) Justificar a Providencia de Deus
Como também a fortuna e a desgraça não fazem escolha entre bons e maus, era necessário provar que tudo é dirigido e governado pela infinita sabedona e justiça de Deus. Convinha, pois, só reservar premios aos bons e castigos aos maus, na vida futura, mas também decretá-los num juizo publico e universal, que os tornasse mais claros e evidentes a todos os homens.
Desta forma, todos renderão louvor a Deus pela sua justiça e providencia, em desagravo daquela injusta queixa com que as vezes os próprios Santos, por fraqueza humana, se lastimavam, ao verem os maus na posse de grandes cabedais e dignidades.
O Profeta dizia: "Meus pés estiveram a ponto de vacilar. Por pouco se não transviaram os meus passos, porque me enchi de zelo contra os maus, quando observava a vida bonancosa dos pecadores". E mais adiante:" Eis que, sendo pecadores, e favorecidos pelo mundo, eles conseguiram riquezas. E eu disse: Então não me adiantou guardar puro o meu coração, e lavar em inocencia as minhas mãos; em ser torturado o dia inteiro, e padecer aflição desde o romper da madrugada"
Por conseguinte, era preciso haver um Juizo Universal, a fim de que os homens se não pusessem a comentar que Deus passeia pelos quadrantes do ceu, e que pouco se Lhe da a sorte das coisas terrenas. Com toda a razao foi incluida a formula desta verdade nos doze Artigos do Credo, para apoiar, com a força de sua doutrina, os animos que duvidem da providência e justic,a de Deus.
e) alentar os bons e aterrar os maus
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Sobretudo, era mister que a lembrança do Juízo alentasse os bons e aterrasse os maus. Conhecendo a justiça de Deus, aqueles nao viriam a desfalecer; estes seriam arredados do mal, gracas ao temor e a expectacao dos eternos castigos.
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Por isso, falando do Último Dia. Nosso Senhor e Salvador declarou que haveria um Juízo Universal. Descreveu os sinais do tempo em que ha de chegar, para que, ao ve-los, reconhecessemos estar perto o fim do mundo. Depois, no momento de subir aos ceus, enviou Anjos que consolassem os Apostolos, tristes com Sua ausencia, e Ihes dissessem as seguintes palavras: Este Jesus que de vosso meio foi arrebatado ao ceu, há de vir assim como O vistes subir ao ceu"
O juiz..
Ensinaram as Sagradas Escrituras, que a Cristo Nosso Senhor foi entregue o julgamento, não só enquanto Deus, mas tambem enquanto Homem. Ainda que o poder de julgar é comum a todas as Pessoas da Santissima Trindade, contudo o atribuimos ao Filho de modo particular, por dizermos que Lhe compete tambem a sabedoria. Uma declaração do Senhor confirma que Ele, enquanto Homem, há de julgar o mundo:"Assim como o Pai tem a vida em Si mesmo, assim concedeu também ao Filho ter a vida em Si mesmo, conferiu-lhe o poder de julgar, porque é o Filho do Homem" Jo 5,26
A - Por que será Cristo?
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Esse juízo será efetuado por Cristo Nosso Senhor. Já que os julgados são os homens, ser-lhes-á possível ver o juiz com os olhos corporais, e com os próprios ouvidos escutar a sentença que lhes for lavrada e pelos sentidos chegar ao perfeito conhecimento da ação judicial.
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De mais a mais, era de suma justiça que aquele Homem, que fora condenado pela mais iniqua das sentenças humanas, tomasse assento à vista de todos, para julgar todos os homens. Por isso é que, depois de expor, em casa de Cornélio, os pontos capitais da religiao cristã; depois de ensinar que Cristo fora crucificado e morto pelos Judeus, mas que ao terceiro dia havia ressurgido. - o Principe dos Apostolos nao deixou de acrescentar: E deu-nos ordem de pregar ao povo, e testemunhar que Ele foi por Deus instituído Juiz dos vivos e dos mortos
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4. O Julgamento que precede o juízo
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Como sinais que precedem o Juizo, as Sagradas Escrituras enumeram três principais: a pregação do Evangelho pelo mundo inteiro, a apostasia, o anticristo.
Com efeito, assim falou Nosso Senhor: Será pregado este Evangelho do Reino por todo o mundo, para servir de testemunho a todos os povos, e depois ha de vir a consumação. E o Apostolo nos adverte que ninguém se iluda, como se o Dia do Senhor esteja vizinho; porquanto nao se fará o juízo, "sem que venha antes a apostasia, e tenha aparecido o homem do pecado"
O Julgamento
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A sentença dos bons
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As circunstâncias do Juízo, poderemos ve-las comodamente nas profecias de Daniel(7,9), na doutrina dos santos Evangelhos e do Apóstolo Sao Paulo. Neste lugar, o que merece maior atenção e a sentença que pelo será pronunciada.
Cristo Nosso Senhor lançara um olhar de jubilosa complacência para os justos colocados a direita, e com extremos de bondade Ihes dirá a seguinte sentença: "Vinde, benditos de Meu Pai, tomai posse do Reino, que vos esta preparado desde o principio do mundo".
Não se poderá ouvir palavra mais suave do que esta! Assim há de averigua-lo quem a cotejar com a condenação dos maus; quem levar em conta tal sentença chama os homens bons e justos, da labuta ao descanso, deste vale de lágrimas aos cimos de alegria, das tribulações à eterna bem aventurança, que eles merecem por suas obras de caridade.
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A sentença dos maus
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Volvendo-se, então, para aqueles que estarão à esquerda, lançará sobre eles o rigor de Sua justiça, usando as palavras: "Apartai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno que foi preparado ao demônio e seus anjos"
As palavras: "apartai-vos de Mim" exprimem a maior das penas que atingirá os maus quando forem lançados o mais longe possível da presença de Deus, sem que os possa consolar a esperança de virem jamais a gozar de um bem perfeito.
.. a pena de dano
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Esta é a pena que os teólogos chamam pena de dano, porque os reprobos no inferno ficarao para sempre privados da luminosa visao de Deus.
O acrescimo " malditos" agrava-lhes a miseria e desgraça, de uma maneira pavorosa. Se, na verdade, ao serem escorraçados da presenca de Deus, fossem pelo menos julgados dignos de alguma bencao, nao ha duvida que disso poderiam ter grande consolacao. Mas, como nao lhes é dado esperar consolo semelhante para mitigar sua desgraca, de pleno direito a justiça divina os perseguira, com todas as maldiçoes, a partir do momento em que são [inteiramente] repudiados.
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a pena dos sentidos
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Seguem-se entao as palavras: "para o fogo eterno". A esta segunda especie de tormentos chamam os teologos pena dos sentidos, porque empolga os sentidos do corpo, como acontece nos açoites, flagelações, e outros generos de suplicios mais pesados.
Não é para duvidar que, entre eles, a tortura do fogo causa a mais intensa sensação de dor. Como tal suplicio deve durar para todo o sempre, temos nessa circunstancia uma prova de que o castigo dos réprobos concentra em si todos os suplicios possiveis.
Mostram-no, com maior clareza as ultimas palavras da condenação: "que foi preparado para o demonio e seus anjos". Por índole nossa, nao sentimos tanto os sofrimentos, quando temos algum parceiro a repartir conosco o infortúnio, e que ate certo ponto nos assiste e conforta, com sua prudencia e bondade. Qual não será, porem, a miséria dos condenados, uma vez que em tantas aflições não poderão jamais apartar-se da companhia dos mais perversos demonios?
Muito justa será, naturalmente, a condenação que Nosso Senhor e Salvador ha de proferir contra os maus; porque eles vilipendiaram todas as obras de verdadeira piedade. Não deram de comer, nem de beber ao faminto e ao sequioso; não agasalharam o peregrino; não cobriram o desnu; não visitaram o preso, nem o enfermo.
Frutos destas verdades
Quem aceita estas verdades com espírito de fé, a verdade que vai neste Artigo, ela tem grande virtude para refrear as depravações da alma, e para arredar os homens do pecado. Por esse motivo diz o eclesiastico: "Em todas as tuas obras, lembra-te dos teus novíssimos, e não pecaras eternamente"
a) para a conversão do pecador
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Na verdade, dificilmente alguem se arrojará em pecados, com tanta cegueira, que não seja de novo atraído pelo amor a virtude, em se lembrando que um dia dará contas a um juiz de suma justiça, não só de todas as suas ações e palavras, mas até dos mais ocultos pensamentos; que tera de satisfazer pelas penas que merecidamente tiver incorrido.
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b - para a perseverança do justo
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De sua parte, ainda que a vida lhe decorra em privações, calúnias e sofrimentos, pode o justo afervorar-se cada vez mais na pratica da virtude, e dar largas a sua alegria, quando se lembra daquele dia em que, apos as lutas desta vida laboriosa, será aclamado vencedor, na presença de todos os homens, e recebido na Pátria Celestial, onde Deus lhe dara o quinhão das honras eternas.
Só resta, pois, que os fieis sejam exortados a procurarem uma santa maneira de viver, a adestrarem- se em todas as obras de piedade . Isto Ihes permitira aguardar, com maior firmeza de animo, o grande Dia do Senhor que esta próximo; e almejar, até, a Sua vinda com o mais vivo amor e empenho, como convem a filhos [de Deus].
Fonte: Catecismo Romano - pags 145 - 151
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