sábado, 8 de dezembro de 2012

Maria, Imaculada


Por Sua santidade,  Bento XVI


" Maria é uma mãe totalmente singular, escolhida por Deus para uma missão única e misteriosa, a de gerar para a vida terrena o Verbo eterno do Pai, que veio ao mundo para a salvação de todos os homens. E Maria, Imaculada na sua concepção assim a veneramos hoje com reconhecimento devoto percorreu a sua peregrinação terrena amparada por uma fé intrépida, seguindo as pegadas do seu filho Jesus. Esteve ao seu lado com solicitude materna desde o nascimento até ao Calvário, onde assistiu à sua crucifixão petrificada pela dor, mas inabalável na esperança. Depois experimentou a alegria da sua ressurreição, na alvorada do terceiro dia, do novo dia, quando o Crucificado deixou o sepulcro vencendo para sempre e de modo definitivo o poder do pecado e da morte.

Maria, em cujo seio virginal Deus se fez homem, é nossa Mãe! De facto, do alto da cruz Jesus, antes de cumprir o seu sacrifício, no-la deu como mãe e a ela nos confiou como seus filhos. Mistério de misericórdia e de amor, dom que enriquece a Igreja com uma fecunda maternidade espiritual. Dirijamos sobretudo hoje o nosso olhar para ela, queridos irmãos e irmãs, e, implorando a sua ajuda, predispondo-nos a fazer tesouro de todos os seus ensinamentos maternos. Esta nossa Mãe celeste não nos convida porventura a evitar o mal e a cumprir o bem seguindo docilmente a lei divina inscrita no coração de cada cristão? Ela, que conservou a esperança mesmo na máxima provação, não nos pede porventura para não desanimar quando o sofrimento e a morte batem à porta das nossas casas? Não nos pede para olharmos para o nosso futuro? Não nos exorta a Virgem Imaculada a ser irmãos uns dos outros, todos irmanados pelo compromisso de construir juntos um mundo mais justo, solidário e pacífico?

Sim, queridos amigos! Mais uma vez, neste dia solene, a Igreja indica ao mundo Maria como sinal de esperança certa e de vitória definitiva sobre o bem e sobre o mal. Aquela que invocamos "cheia de graça" recorda-nos que somos todos irmãos e que Deus é nosso Criador e nosso Pai. Sem Ele, ou ainda pior, contra Ele, nós homens nunca poderemos encontrar o caminho que leva ao amor, nunca poderemos derrotar o poder do ódio e da violência, nunca poderemos construir uma paz estável.

Que os homens de todas as nações e culturas acolham esta mensagem de luz e de esperança: acolham-na como dom das mãos de Maria, Mãe da inteira humanidade. Se a vida é um caminho, e este caminho com frequência se torna escuro, duro e cansativo, poderá aquela estrela iluminá-lo? Na minha encíclica Spe salvi, publicada no início do Advento, escrevi que a Igreja olha para Maria e invoca-a como "estrela da esperança" (n. 49). Na nossa viagem comum pelo mar da história precisamos de "luzes de esperança", isto é, de pessoas que haurem luz de Cristo "e assim oferecem orientação para a nossa travessia" (cf. ibid.). E quem, melhor que Maria, pode ser para nós "Estrela de esperança"? Ela, com o seu "sim", com a oferenda generosa da liberdade recebida do Criador, consentiu que a esperança dos milénios se tornasse realidade, que entrasse neste mundo e na nossa história. Por seu meio Deus fez-se carne, tornou-se um de nós, ergueu a sua tenda entre nós.

Por isso, animados por filial confidência, pedimos-lhe: "Ensina-nos Maria, a crer, a esperar e a amar contigo; indica-nos o caminho que conduz à paz, o caminho para o reino de Jesus. Tu, Estrela da esperança, que trepidante nos esperas na luz sem ocaso da eterna Pátria, brilha sobre nós e guia-nos nas vicissitudes de cada dia, agora e na hora da nossa morte. Amém!".

Fonte: Aqui

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