Por venerável Fulton Sheen
" Dissemos que cada um de nós tráz impressa no coração a imagem do seu amor ideal. Os melhores amores humanos, por mais profundos que sejam, estão sempre condenados a acabar- e nada existe Perfeito que acabe. Se há alguém, de quem se possa afirmar: " Este é o derradeiro abraço" - então, não existe, de fato, amor perfeito.
E daí que alguns, que ignoram o Amor divino, tentem experimentar uma multiplicidade de amores que lhes supram o amor ideal; mas é isso o mesmo que dizer que, para executar uma obra prima musical, devemos tocar uma dúzia de violinos diferentes.
Todo homem que procura uma jovem, toda a jovem que deseja ser escolhida, toda a aspiração de amizade neste mundo, busca um amor que não seja apenas amor dele ou dela , mas alguma coisa que os inunde a ambos e a que eles possam chamar o nosso amor.
Cada um de nós se enamora de amor ideal, de um amor que transcende a carne e a faz cair no esquecimento. Todos nós amamos para lá do nosso amor. Logo que cesse tal aspiração, acabou o amor. Como disse o poeta: " Não poderia meu amor, amar-te tanto, se não te adorasse ainda mais que te amo".
Este amor ideal que nós vemos para lá de todo o amor humano, para o qual instintivamente nos voltamos quando o amor dos sentidos deixa de existir, é o mesmo ideal que Deus experimentou em seu coração, desde toda a eternidade, pela Senhora a quem Ele chama Minha Mâe. É a ela que todos os homens amam quando amam uma mulher - quer o saibam ou não. É Ela aquilo que, no fundo, toda a mulher deseja ser. É Ela a mulher com quem todos os homens casam idealmente quando recebem esposa.. É Ela o ideal secreto da mulher infeliz que sofre com agressividade carnal do homem. É Ela o inefável desejo que toda a mulher tem de ser respeitada e protegida, de ser amada, em virtude da beleza de tudo aquilo que constitui o seu bem: o seu corpo e sua alma.
E esse amor, impresso no coração de Deus, que Deus amou antes de o mundo ser mundo, essa Mulher de Sonho que existiu antes de a mulher ter sido criada, é Aquela a quem todos os corações podem dizer, do mais profundo de si próprios: Eis aqui a Mulher a quem amamos!
Fonte: O primeiro Amor do Mundo - pag:21-22 - Fulton Sheen
Nenhum comentário:
Postar um comentário