sexta-feira, 1 de maio de 2009

Conheça o Papa e suas atividades.



Seminarista Cássio Barros, LC

A diferença entre as diversas maneiras de o Papa se comunicar - Encíclica, Carta Apostólica, Exortação Apostólica etc - é debatida neste primeiro artigo formativo redigido por Legionários de Cristo tutelados pelo Pe. Adilson Marques, LC

Dependendo do tamanho do sapo será a pedrada. Mais ou menos a coisa funciona assim com relação aos documentos papais. Poderíamos dizer que o Papa escolhe entre um estilingue, uma pistola, uma bazuca ou uma bomba atômica dependendo do inimigo. Mas esse exemplo não funciona porque é muito bélico para o meu gosto e o Papa não tem inimigos.

Bom, temos que entender bem essa última frase. É verdade que o Papa não tem inimigos, porque, como Vigário de Cristo, ele busca o bem e a salvação de todos os homens. Mas muitos veem o Papa como inimigo e o atacam. Tantas vezes com ideias bastante equivocadas ou errôneas. Estes são os verdadeiros inimigos do Papa: não essas pessoas, mas essas ideias, o pecado, a injustiça, o mal e a mentira, que desviam essas pessoas do seu verdadeiro fim, a vida gloriosa e eterna com Deus.

Devemos lembrar sempre que o Papa não está ali porque ele quis, mas porque foi chamado por Cristo mesmo para que desenvolvesse esse serviço a todos nós, seus irmãos. É verdade que é uma autoridade, mas uma autoridade na caridade. A principal missão do Papa está indicada no pedido que Jesus fez a Pedro quando disse: “Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça. E tu, quando retornes confirma aos teus irmãos” (Lc 22,32).

É com essa intenção que existem os diversos tipos de documentos papais. Todos são para confirmar a nossa fé e moral, como Jesus nos ensinou, mas cada forma de escrito tem um peso específico que devemos considerar.

Assim, uma Encíclica é uma carta endereçada ao mundo inteiro. Não é para definir um dogma, mas dar um conselho ou iluminar alguns aspectos doutrinais. Esse é o tipo de documento mais importante usado pelo Papa sem que seja uma lei. O Papa Bento XVI já escreveu duas Encíclicas: “Deus caritas est”, sobre o amor; e “Spe salvi”, sobre a esperança. Isso nos indica quanto é importante para o Papa que aprendamos o que é o verdadeiro amor e também a importância da esperança para os nossos dias. O Papa João Paulo II escreveu 14 Encíclicas.

A Carta Apostólica é parecida à Encíclica, mas está reduzida a um grupo particular de pessoas. É mais restrita. Trata de um tema que seria de maior interesse para um grupo particular, como por exemplo a Carta Apostólica, do Papa João Paulo II, “Rosarium Virginis Mariae”, sobre o terço, está endereçada aos bispos, sacerdotes e católicos em geral, mas não a todos os homens; ou a Carta Apostólica em ocasião dos 1000 anos do batismo do Povo Húngaro. As últimas Cartas Apostólicas do Papa Bento XVI geralmente tiveram em seu escopo a beatificação de um servo de Deus. O Papa atual já tem escritas 14 Cartas Apostólicas.

A Exortação Apostólica geralmente é usada logo depois de uma assembleia do sínodo dos bispos. Esses sínodos se reúnem periodicamente em Roma por zonas geográficas específicas ou para discutir um tema proposto pelo Santo Padre. A Exortação Apostólica é o documento com o qual o Papa propõe, com os seus devidos comentários, o ensinamento elaborado durante o sínodo. O Papa Bento XVI somente escreveu uma Exortação Apostólica até agora e se chama “Sacramentum caritatis” e é sobre o sínodo que se realizou para estudar a Eucaristia como fonte e ápice da vida e da missão da Igreja. Mas para entender o que foi comentado com relação às zonas geográficas basta citar duas Exortações Apostólicas de João Paulo II – “Ecclesia in Asia” e “Ecclesia in Oceania”.

Existem muitas outras formas de escritos papais como decretos, instituições, exortações, motu proprio, declarações, discursos, mensagens. A variedade de tipos de texto é muito grande e vai de uma simples mensagem de congratulação que o Papa envia aos chefes de Estado quando está sobrevoando seu território até o tipo de documento mais solene e importante que seria a Constituição Apostólica , onde o Papa promulga leis, define um dogma ou declara outra verdade em forma solene.

Mas todo esse tipo de documentação não é fixo, nem foi sempre assim na Igreja, como é obvio. Não poderíamos imaginar São Pedro escrevendo uma bula ou um Motu Proprio. Mas a ideia já existia, ou seja, São Pedro enviava cartas aos cristãos. A diferença hoje é justamente que existem várias formas de comunicar para que nós possamos dar maior importância a um tipo de escrito que a outro. E para demonstrar que essa lista não é fixa podemos ver que o Papa Bento XVI na última Jornada Mundial da Juventude em Sidnei enviou uma mensagem MSN a todos os celulares dos jovens presentes e agora os teólogos estão quebrando a cabeça para descobrir que tipo de escrito do Papa seria esse.

Agora que já conhecemos as diferenças de importância que o Papa dá a cada um dos seus escritos seria bom ler o que ele escreveu, conhecer as suas preocupações e colaborar com o que ele nos pede. Podemos estar seguros que tudo o que ele vai pedir-nos nos seus escritos será para o nosso bem porque essa é a sua missão.

Fonte:http://www.pastoralis.com.br/pastoralis/html/modules/smartsection/item.php?itemid=438

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