A Vida Espiritual Explicada e Comentada - Adolfh Tanquerey
Da obrigação propriamente dita
Em matéria tão delicada usaremos de maior exatidão possível. É certo que é necessário e suficiente morrer em estado de graça, para ser salvo; parece, pois, que não haverá para os fieis outra obrigação estrita mais que a de conservar o estado de graça.
Mas como saber se pode alguem conservar por tempo notável este estado, sem se esforçar para progredir? Ora, a autoridade e a razão iluminada pela fé mostram que, no estado de natureza decaída, ninguém pode permanecer muito tempo no estado de graça, sem fazer esforços para progredir na vida espiritual.
Argumento de Autoridade: Bíblia e Tradição
1 - A Sagrada Escritura não trata diretamente esta questão e ela não mostra o que nas exortações de Nosso Senhor é obrigatório ou não, seja preceitos ou conselhos. Mas ela insiste tanto na santidade e coloca diante de nós um ideal tão alto de perfeição - nada mais que ser igual ao Pai - prega tão abertamente a necessidade de mortificação e da caridade - elementos essenciais a perfeição -, que somos obrigados a reconhecer que para salvar uma alma, é necessário, muitas vezes fazer mais do que o estritamente mandado e por consequência esforçar-se para progredir.
Em matéria tão delicada usaremos de maior exatidão possível. É certo que é necessário e suficiente morrer em estado de graça, para ser salvo; parece, pois, que não haverá para os fieis outra obrigação estrita mais que a de conservar o estado de graça.
Mas como saber se pode alguem conservar por tempo notável este estado, sem se esforçar para progredir? Ora, a autoridade e a razão iluminada pela fé mostram que, no estado de natureza decaída, ninguém pode permanecer muito tempo no estado de graça, sem fazer esforços para progredir na vida espiritual.
Argumento de Autoridade: Bíblia e Tradição
1 - A Sagrada Escritura não trata diretamente esta questão e ela não mostra o que nas exortações de Nosso Senhor é obrigatório ou não, seja preceitos ou conselhos. Mas ela insiste tanto na santidade e coloca diante de nós um ideal tão alto de perfeição - nada mais que ser igual ao Pai - prega tão abertamente a necessidade de mortificação e da caridade - elementos essenciais a perfeição -, que somos obrigados a reconhecer que para salvar uma alma, é necessário, muitas vezes fazer mais do que o estritamente mandado e por consequência esforçar-se para progredir.
Nosso ideal é nos mostrado por Nosso Senhor quando nos diz:" Sede perfeitos como o Pai celeste é perfeito". Assim, quem tem a Deus como Pai deve buscar a perfeição e se aproxima dela com luta e amor. O caminho da abnegação é nos pedido e as vezes de uma forma bem drastica - para alguns - "Se alguem vem a mim e não odeia sua mãe, seu pai ....e até sua propria vida, não pode ser meu discipulo".
Em muitas situações, é necessário preferir Deus e a sua vontade ao amor dos pais, da esposa, da sua própria vida e sacrificar tudo, para seguir Jesus: o que supõe coragem heróica, que não possuirá no momento critico, se a alma não foi preparando para isso o meio de sacrificios de superrogação. É um caminho estreito e difícil e muito poucos o seguem; mas Jesus nos ajuda a nos esforçarmos para entrar pela porta estreita.
A Sagrada Escritura, nos mostra também os apóstolos usando linguagem semelhante a de Nosso Senhor. S. Paulo lembra que fomos chamados a sermos santos, o que não pode acontecer sem o despojamento do homem velho corrompido e sem se vestir do homem novo, isto é; sem mortificarem as tendencias da natureza perversa e sem se esmerarem em reproduzir as virtudes de Jesus Cristo.
Ele completa que para se chegar " à medida do completo crescimento da plenitude de Cristo" é preciso se esforçar e que estamos incorporados nEle, somos seu complemento e a nós cumpre o progresso na imitação das suas virtudes. S. Pedro tambem nos chama a sermos santos como Aquele que nos chamou à salvação. S. João, no livro do Apocalipse, convida os justos a não cessarem de praticar a justiça e os santos a santifivarem-se ainda mais.
A natureza da vida cristâ, consiste num combate, onde a vigilância, a oração, a mortificação e o exercício positivo das virtudes são necessários para se alcançar a vitória.
Nossa luta além de ser contra a carne e sangue - a tríplice concuspicencia -, é também contra os demonios que a atiçam em nós, por isso a importancia de nos armar espiritualmente e combater com valor. Como a luta é longa, não podemos ficar apenas na defensiva, mas devemos, recorrer aos contra ataques - isto é, as praticas das virtudes, à vigilancia, à mortificação, ao espírito de fé e confiança.
A natureza da vida cristâ, consiste num combate, onde a vigilância, a oração, a mortificação e o exercício positivo das virtudes são necessários para se alcançar a vitória.
Nossa luta além de ser contra a carne e sangue - a tríplice concuspicencia -, é também contra os demonios que a atiçam em nós, por isso a importancia de nos armar espiritualmente e combater com valor. Como a luta é longa, não podemos ficar apenas na defensiva, mas devemos, recorrer aos contra ataques - isto é, as praticas das virtudes, à vigilancia, à mortificação, ao espírito de fé e confiança.
Por isso nos ensina S. Paulo a estarmos armados tal um soldado romano:" os rins cingidos da verdade, revestidos da couraça da justiça, as sandalias nos pés, prontos para anunciar o Evangelho da paz, com o escudo da fé, o capacete da salvação e a espada do Espírito"
Portanto, para vencer e triunfar sobre nossos adversários, é necessário fazer mais do que o estritamente prescrito.
2 - A Tradição confirma esta doutrina.
Quando os santos Padres nos querem ensinar sobre a perfeição e sua necessidade, insistem que temos de avançar e nunca recuar. Santo Agostinho fazendo notar que a caridade é ativa, adverte-nos para não pararmos no caminho, porque parar é recuar.
O Ultimo dos padres - São Bernardo - expõe esta doutrina de forma empolgante:" Não queres progredir? - Não. - Queres então recuar? - De modo algum. - Que queres então? - Quero viver de tal maneira que fique no ponto onde cheguei...- Queres o impossivel, pois que neste mundo nada permanece no mesmo estado.."
O Papa Pio XI, na sua Enciclica de 26 de janeiro de 1932, sobre São Francisco de Sales, declara peremptoriamente que todos os cristãos, sem exceção, tem obrigação de tender à perfeição.
O Argumento da Razão
Portanto, para vencer e triunfar sobre nossos adversários, é necessário fazer mais do que o estritamente prescrito.
2 - A Tradição confirma esta doutrina.
Quando os santos Padres nos querem ensinar sobre a perfeição e sua necessidade, insistem que temos de avançar e nunca recuar. Santo Agostinho fazendo notar que a caridade é ativa, adverte-nos para não pararmos no caminho, porque parar é recuar.
O Ultimo dos padres - São Bernardo - expõe esta doutrina de forma empolgante:" Não queres progredir? - Não. - Queres então recuar? - De modo algum. - Que queres então? - Quero viver de tal maneira que fique no ponto onde cheguei...- Queres o impossivel, pois que neste mundo nada permanece no mesmo estado.."
O Papa Pio XI, na sua Enciclica de 26 de janeiro de 1932, sobre São Francisco de Sales, declara peremptoriamente que todos os cristãos, sem exceção, tem obrigação de tender à perfeição.
O Argumento da Razão
Veremos aqui que a razão fundamental pela qual nos é necessária tender à perfeição, é sem dúvida a que nos dão os Santos Padres.
Nossa vida é sempre progressiva e quando cessa de crescer, começa a enfraquecer. Existe em nós forças de desagregação que se não neutralizadas acabam por produzir doença e morte. Assim também em nossa vida espiritual: ao lado das tendencias que nos levam para o bem, há outras que nos arrastam para o mal. Para combate-las é preciso que aumente em nós as forças vivas, isto é, o amor de Deus e as virtudes cristãs .
Se deixamos de fazer esforços por avançar, os vícios acordam, tomam força e nos atacam que não nos cuidarmos, caimos em pecado mortal.
Há preceitos graves que não se pode observar em certos momentos senão por meio de atos heroicos e ninguém é capaz de pratica-los, se antes não tenha antecipadamente se preparado com alguns sacrificios ou atos de mortificação. Temos como exemplo o preceito da castidade, que exige esforços generosos e heroico para ser guardado toda a vida. Desde a continencia absoluta para os jovens, antes do Matrimônio, até se abrigar das tentações que nos acometerão, também depois do sacramento. Só seremos capazes de nos guardar assim do pecado, se tivermos desde sempre praticado o hábito da mortificação do prazer sexual com o auxilio da oração constante.
Motivos que tornam este dever mais facil
1 - O bem da alma
2 - A gloria de Deus
3 - A edificação do próximo
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O bem da alma
A grande e por que não dizer a única obra que devemos levar a cabo neste terra é a salvação de nossa alma. Se a salvarmos, ainda quando percamos todos os bens da terra, parentes, amigos, reputação, riqueza, tudo fica salvo; no céu encontraremos, centuplicado, tudo quanto perdemos e para toda a eternidade.
Ora, o meio mais eficaz para assegurar a salvação da alma, é tender a perfeição, cada um segundo o seu estado; quanto mais o fazemos, com discrição e constancia, tanto mais nos afastamos, por isso mesmo, do pecado mortal, unica força que pode nos condenar.
Quanto mais nos esforçamos para nos afastar dele quando sinceramente queremos nos aperfeiçoar, mais temos nossa vontade fortificada contra as surpresas que o espiam, e chegado o momento da tentação, a vontade já aguerrida pelo esforço para conseguir a perfeição, acostumada a orar para assegurar a graça de Deus, repele com horror o pensamento do pecado grave.
Pelo contrario, quando se permite a si mesmo tudo que não é falta grave expoem-se a cair e quando se apresenta uma violenta e longa tentação - habituado a ceder ao prazer em coisas menos graves - é de recear que, arrastado pela paixão, termine por sucumbir, como o homem que vai costeando continuamente o abismo acaba por se despenhar.
Para não corrermos o risco de ofendermos a Deus gravemente, o melhor meio é afastarmos das bordas do abismo, fazendo mais que o preceituado, esforçando-nos por avançar para a perfeição. Qto mais a ela tendermos com prudencia e humildade, tanto mais segura teremos a salvação eterna.
Importante dizer que este meio aumentam-se os graus de graça santificante ou habitual que se possuem e os de glória a que se tem direito. Sabemos que todo esforço sobrenatural, que por Deus faz uma alma em estado de graça lhe granjeia aumento de méritos. Os merecimentos vão depender de como se cumpre o dever de se aperfeiçoar.
Se se quer prelibar um pouco de felicidade na terra, nada melhor que a piedade que, como diz São Paulo, "é útil para tudo e tem promessas para a vida presente e futura"
A paz da alma, a alegria, a boa consciencia, a felicidade de estar unido a Deus, de progredir em seu amor de chegar a maior intimidade com Nosso Senhor Jesus Cristo, tais são algumas das recompensas com que Deus favorece desde agora os seus fieis servos, no meio das suas provações, com esperança da eterna felicidade.
A Glória de Deus
Nada mais nobre que procura-la, nada mais justo, se nos lembrarmos que Deus fez e não cessa de fazer por nós. Ora, uma alma perfeita dá mais glória a Deus que mil almas vulgares porque multiplica de dia para dia os seus atos de amor, reconhecimento e reparação, orienta nesse sentido a sua vida inteira pelo oferecimento muitas vezes renovado das suas ações ordinárias, e assim glorifica a Deus, de manha até a noite.
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A Edificação do próximo
Para fazer bem aos que nos rodeiam, converter alguns pecadores ou incredulos e confirmar no bem das almas vacilantes, não há nada mais eficaz que os esforços que se emprega para melhor viver o Cristianismo: quanto a mediocridade da vida atrai sobre a religião que é capaz de produzir tais efeitos: "É pelos frutos que se conhece a árvore"
A melhor apologetica é a do exemplo, quando se lhe sabe juntar a pratica de todos os deveres sociais. E é também um excelente estímulo para os mediocres, que adormeciam na indolencia, se os progressos das almas fervorosos os não viessem arrancar de seu torpor.
Veja todo o Estudo AQUI
Depois veremos: Os Meios Gerais de Perfeição,
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