quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

São João da Cruz


Dia 14 de Dezembro.

São João da Cruz, este santo místico, que na vida experimentou trevas escuras, sofrimentos sem fim, compreendeu que na noite escura da alma, pode-se encontrar Deus e nEle descansar. Sua vida e seus escritos são exemplos de como sermos, ainda neste mundo, discípulos e filhos amados do Pai, lutando ardentemente para conformar nossa vontade com a Sua, que é santíssima.

Ninguém neste mundo entendeu tão bem que o despojamento da alma, de sentimentos, de toda imagem, de todo apego, de toda memória, são caminhos curtos, - dolorosos é certo -, para buscarmos na fé, o Deus que é santo e que quer viver em nós, pela graça.

Nos ensina que Deus está no mais íntimo da nossa alma e este lugar é inacessível à sensibilidade, por isso ele tanto condena a busca de satisfações exteriores, porque quanto mais próximos estamos de Deus, mais nos desligamos do sensível. Quem busca Deus pelo caminho da sensibilidade e dos extases, busca-o pelo caminho errado, que pode bem nos enganar.

Deus quer ser amado por Ele mesmo e no início de nossa caminhada, nos enche de luzes e alegrias sensíveis, Mas depois, quando já fortalecemos nossa fé, Ele nos tira desta sensibilidade, para que aprendamos a olhar para Ele, busca-lo, acima de todo sentimento. A graça de Deus atua de forma explendida em nossa alma, nos transformando, de uma forma que não vemos, não sentimos, mas ela está lá e a fé nos ensina isso.

Percebemos a força e o grau da nossa união com Deus à medida que acolhemos a Graça que nos transforma, converte, faz crescer nas virtudes e nos afasta do pecado, conforma a nossa vontade à Dele e não por aquilo que sentimos. O caminho de santidade é este, por isso deixemos Deus, imprimir a imagem de Seu Filho em nós, e com certeza alegraremos o coração do Pai e deste santo tão amado.

São João da Cruz - Rogai por Nós!

Cântico Espiritual II

Onde é que Te escondeste Amado e me deixaste com gemido?

Como cervo fugiste, havendo-me ferido.

Saí, por ti clamando, e eras já ido.

Pastores que subirdes além, pelas malhadas ao outeiro,

Se, porventura virdes Aquele a quem mais quero,

Dizei-lhe que adoeço, peno, peno e morro.

Buscando meus amores, irei por estes montes e ribeiras;

Não colherei as flores, nem temerei as feras

E passarei os fortes e fronteiras.

Ó bosque e espessuras, plantados pela mão de meu Amado!

Ó prados de verduras, de flores esmaltado,

Dizei-me se por vós Ele há passado

Mil graças derramando, passou por esses soutos com presteza,

E, enquanto os ia olhando, só com sua figura.

A todos revestiu de formosura

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