"Ocupar-me-ei agora do argumento: A idéia de que o Cristianismo pertence à idade das trevas.
Quanto a esse ponto, não me satisfaz ler as modernas generalizações: li um pouco de História. E, pela História, verifiquei que o Cristianismo, longe de pertencer à idade das trevas, era o único caminho, através da idade das trevas, que não era sombrio. Era uma ponte brilhante que ligava duas civilizações também brilhantes.
Se alguém disser que a Fé nasceu na ignorância e na selvageria, a resposta é simples: não nasceu. Nasceu na civilização do Mediterrâneo, em pleno verão do Império Romano. O Mundo estava repleto de céticos e o panteísmo era tão claro como o Sol, quando o Cristianismo pregou a Cruz ao mastro. É inteiramente verdade que, depois, o navio naufragou: mas é ainda mais extraordinário que o mesmo navio voltou a aparecer novamente, pintado de novo, reluzente e com a Cruz ainda no topo do mastro.
Esta é a admirável coisa que a religião realizou: converteu um navio naufragado em submarino. A arca viveu sob o peso das águas: depois de termos estado sepultados debaixo dos destroços de dinastias e clãs, levantamo-nos e lembramo-nos de Roma. Se a nossa fé tivesse sido um simples capricho de um império que se desmoronava, mas esse capricho teria tido, também, o seu crepúsculo e, se a civilização emergisse de novo à superfície (e muitas delas não emergiram mais!), teria sido sob algum novo pendão bárbaro. Mas a Igreja cristã foi a última vida de uma sociedade velha e foi também a primeira vida de uma sociedade nova.
Pegou um povo que estava se esquecendo de como se construía um arco e ensinou-o a inventar o arco gótico. Numa palavra: a coisa mais absurda que se pode dizer da Igreja é aquela que todos temos ouvido dizer a seu respeito. Como se pode afirmar que a Igreja pretende arrastar-nos para a idade das trevas? A Igreja foi a única coisa que sempre procurou libertar-nos dela".
Se alguém disser que a Fé nasceu na ignorância e na selvageria, a resposta é simples: não nasceu. Nasceu na civilização do Mediterrâneo, em pleno verão do Império Romano. O Mundo estava repleto de céticos e o panteísmo era tão claro como o Sol, quando o Cristianismo pregou a Cruz ao mastro. É inteiramente verdade que, depois, o navio naufragou: mas é ainda mais extraordinário que o mesmo navio voltou a aparecer novamente, pintado de novo, reluzente e com a Cruz ainda no topo do mastro.
Esta é a admirável coisa que a religião realizou: converteu um navio naufragado em submarino. A arca viveu sob o peso das águas: depois de termos estado sepultados debaixo dos destroços de dinastias e clãs, levantamo-nos e lembramo-nos de Roma. Se a nossa fé tivesse sido um simples capricho de um império que se desmoronava, mas esse capricho teria tido, também, o seu crepúsculo e, se a civilização emergisse de novo à superfície (e muitas delas não emergiram mais!), teria sido sob algum novo pendão bárbaro. Mas a Igreja cristã foi a última vida de uma sociedade velha e foi também a primeira vida de uma sociedade nova.
Pegou um povo que estava se esquecendo de como se construía um arco e ensinou-o a inventar o arco gótico. Numa palavra: a coisa mais absurda que se pode dizer da Igreja é aquela que todos temos ouvido dizer a seu respeito. Como se pode afirmar que a Igreja pretende arrastar-nos para a idade das trevas? A Igreja foi a única coisa que sempre procurou libertar-nos dela".
Ortodoxia - pag 189
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