segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Símbolo da Fé - Primeiro Artigo


Criador do Céu e da Terra.

1. A criação, ato de onipotência..

O que agora vamos dizer da criação de todas as coisas mostrará claramente como era necessário explicar antes aos fiéis a noção da onipotência divina. Com maior facilidade acreditarão no milagre que se manifesta em obra tão grandiosa, se nenhuma dúvida tiverem a respeito do imenso poder do Criador.

de amor espontãneo...

Pois Deus não formou o mundo de uma matéria preexistente, mas criou-o do nada, sem a tanto ser obrigado por violência estranha ou necessidade natural; mas por Sua livre e espontânea vontade. Nenhum outro motivo O impeliu a criar o mundo, senão a Sua própria bondade. Queria comunicá-la a todas as coisas que criasse. Possuindo por Sua natureza toda a felicidade, Deus não tem falta de coisa nenhuma, como o exprime o rei Davi: "Disse eu ao Senhor: Vós sois o meu Deus, e não tendes precisão dos meus bens".

de infinita sabedoria

Assim como não obedeceu senão à própria bondade, para "fazer tudo o que era do Seu agrado", assim também não seguiu na criação nenhum modelo que estivesse fora de Sua própria natureza. Sua inteligência infinita possui, dentro de Si mesma, a idéia exemplar de todas as coisas. Contemplando, pois, em Si mesmo essa idéia exemplar; e reproduzindo-a, por assim dizer, com a suma sabedoria e o infinito poder, que Lhe são próprios, Supremo Artífice criou no princípio todas as coisas do Universo. "Ele disse, e tudo foi feito; Ele mandou, e tudo foi criado".

Descrição da Criação -

a) O firmamento

Pelos termos "céu e terra", deve tomar-se tudo o que o céu e a terra compreendem. Além dos céus, que o Profeta considerava como "obra de Suas mãos" , Deus criou também a claridade do sol e o encanto da lua e dos outros corpos celestes, para que "servissem desinais para os tempos, os dias e os anos". Aos astros marcou uma órbita inalterável, desorte que não pode haver coisa mais rápida que suas contínuas rotações, nem coisa mais regular que sua velocidade.

b) os Anjos ...

A par do firmamento, Deus criou do nada seres de natureza espiritual, os inúmeros Anjos, cujo ministério era servir-lhe, e assistir diante de Seu trono. Conferiu-lhes depois o admirável dom de Sua graça e poder. Se na Bíblia está escrito: "O demônio não persistiu na verdade" ,não padece dúvida que ele e os outros anjos rebeldes haviam [também] recebido a graça, desde o primeiro instante de sua existência.

sua santidade, ciência e poder

Santo Agostinho diz a respeito: "Criou os Anjos e dotou-os de boa vontade, quer dizer, com o casto amor que os unia a Deus. Em formando a natureza [angélica], infundiu-lhe ao mesmo tempo a graça. Daí devemos concluir que os Anjos bons nunca se viram destituídos de boa vontade, isto é, de amor a Deus". Quanto ao grau da ciência [angélica], há um testemunho das Sagradas letras: "Vós, Senhor meu Rei, sois sábio, como a sabedoria que tem um de Deus, para entendermos tudo o que se passa sobre a terra". Indicam enfim o poder dos Anjos as palavras que lhes aplica o rei -" Sois poderosos e fortes, e executais a Sua vontade". Por esse motivo, a Sagrada Escritura lhes dá, muitas vezes, o nome de "virtudes e exércitos do Senhor".

Os Anjos maus

Dotados que eram, todos, de prendas celestiais, muitos deles abandonaram, todavia a Deus, seu Pai e Criador. Foram, por conseguinte, derrubados de seus altos tronos, e detidos numa prisão muito escura da terra, onde agora sofrem o eterno castigo de sua soberba. Deles escreve o Príncipe dos Apóstolos: "Deus não poupou os Anjos que pecaram, mas acorrentados os precipitou nos abismos do inferno, para serem cruciados, e tidos em reserva até o dia do juízo".

c) Terra

Com o poder de Sua palavra, Deus também firmou a Terra em bases sólidas, e deu-lhe um lugar no meio do Universo. Fez com que os morros se erguessem, e os campos baixassem ao nível que marcado. E para que as massas de água não inundassem a terra, "assentou-lhes limites dos quais não passarão, e não tornarão a cobri-la".

Em seguida, revestiu a terra de árvores e de toda a sorte de flores; encheu-a também de inúmeras espécies de animais, como antes já o tinha feito com as águas e os ares.

d) o homem...

Por último, Deus formou do limo da terra o corpo do homem, de maneira que fosse imortal e impassível, não por exigência da própria natureza, mas por mero efeito da bondade divina.

dotes de sua alma

A alma, porém, Deus a criou à Sua imagem e semelhança, e dotou-a de livre arbítrio. Além de tudo, regulou os movimentos e apetites da alma, de sorte que sempre obedecessem ao império da razão. Finalmente, deu-lhe ainda o admirável dom da justiça original, e quis que tivesse o governo de todos os outros seres animados.

e) "céu e terra"

Com as noções "do céu e da terra", compreende-se, pois, a criação de todas as coisas. O Profeta Davi resumiu tudo em poucas palavras: "Vossos são os céus, e vossa é a terra. Vós criastes o orbe da terra, e tudo o que nele se contém".

Fórmula do Símbolo de Nicéia

Com maior concisão ainda, souberam exprimir- se os Padres do Concílio de Nicéia, ao acrescentarem ao Símbolo só duas palavras: "das coisas visíveis e invisíveis". Tudo o que o mundo abrange, e que reconhecemos como criado por Deus, - ou entra pelos sentidos, e chama-se "visível" , - ou só pode ser percebido pela inteligência, e chama-se então "invisível".

Conservação e Governo de todo o criado

Não devemos, porem, crer que Deus é Criador e autor de todas as coisas, de molde que, consumada a obra da Criação, os seres por Ele criados pudessem, em nossa opinião, continuar a subsistir sem o auxílio de Sua potência infinita.

Como tudo só existe graças a onipotencia, sabedoria e bondade do criador, todas as criaturas recairiam logo em seu nada, se Deus lhes não assistisse continuamente pela Sua Providencia e não as conservasse pelo mesmo poder que, desde o principio, empregou para as criar

A criação é obra comum de todas as Tres Pessoas da Santa e indivisivel trindade.

Fonte: Catecismo Romano - pag 89 - 103

Estudo AQUI:

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