sábado, 3 de março de 2012

Creio em Jesus Cristo, um só seu Filho, Nosso Senhor



A importância deste Artigo se deduz:
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Em crer e professar o presente Artigo, encontra o gênero humano imensas e admiráveis vantagens, consoante o testemunho de São João: "Quem confessa que Jesus Cristo é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele permanece em Deus".(I Jo 4,5). Prova-o também a palavra de Cristo Nosso Senhor, quando proclama a bem-aventurança do Príncipe dos Apóstolos: "Bem-aventurado és tu, Simáo, filho de Jonas, pois não foi a carne nem o sangue que te revelou, mas antes Meu Pai que está nos céus".(Mt 16,17)

Realmente, esta fé e esta profissão constituem a base mais sólida para nosso resgate e salvação.

1. Da desgraça do homem decaído

Os admiráveis frutos deste Artigo aparecem com maior evidência, se considerarmos como se destruiu o venturoso estado em que Deus colocara os primeiros homens, constituindo a causa das misérias e desgraças que todos nós padecemos.

Adão apartou-se da obediência devida a Deus, quando violou a proibição: "De todas as árvores do Paraíso poderás comer, mas não comas da árvore da ciência do bem e do mal. No que dia dela comeres, morrerás de morte". Ele caiu logo no maior dos infortúnios, perdendo a santidade e justiça em que fora constituído, ficando sujeito a outros males, conforme ensina mais longamente o Santo Concílio de Trento. Este pecado e seu castigo não se detiveram só na pessoa de Adão; mas que de Adão, como sua fonte e origem, passaram merecidamente para toda a sua posteridade.

Da única possibilidade de redenção

Uma vez decaído de tão alta dignidade, nada podia levantar o gênero humano e reintegrá-lo no estado primitivo, nem as forças humanas, nem as forças angélicas. Em vista de tal ruína e desgraça, não restava, pois, outro remédio, senão o infinito poder com que o Filho de Deus, assumindo a fraqueza de nossa carne, devia destruir a infinita malícia do pecado, e pelo seu Sangue reconciliar-nos com Deus.

3. Da promessa de redenção

A) no Paraíso

Ora, o crer na Redenção e o professá-la sempre foram condições necessárias para a salvação dos homens. Assim Deus o ensinou, desde o início da Revelação. No mesmo instante que condenava o gênero humano, imediatamente após o pecado, Deus fez nascer a esperança de resgate, pelas [próprias] palavras com que anunciou ao demônio a dura derrota que lhe resultaria da libertação dos homens: "Porei inimizades entre ti e a mulher, entre a tua raça e a sua descendência. Esmagará ela a tua cabeça, e tu armarás traições ao seu calcanhar".(Gn 2,16-17)

B) a Abraão

Mais tarde, Deus confirmou por muitas vezes a mesma promessa. Fez revelações mais positivas de Seus desígnios, mormente àqueles varões, com os quais queria usar de uma benevolência toda particular. Entre outros, o patriarca Abraão recebeu freqüentes indicações respeito deste mistério. Na hora, porém, em que ia imolar Isaac, seu filho por obediência a Deus, Abraão veio a ter revelações mais explícitas.

Deus, com efeito, lhe dissera: "Porque assim procedeste, a ponto de poupar teu filho único, Eu te abençoarei, e multiplicarei tua descencia como as estrelas do céu, e como a areia que jaz nas praias do mar. Tua geração possuirá as portas de teus inimigos, e em tua raça serão abençoados todos os povos da terra, porque obedeceste à minha voz". (Gn 22,16-17)

Destas palavras, era fácil reconhecer que, da posteridade de Abraão, nasceria Aquele que havia de livrar todos os homens da horrenda tirania de Satanás, e trazer-lhes a salvação. Ora, [o Libertador prometido] devia ser (também] Filho de Deus, ainda que fosse, como homem, gerado do sangue de Abraão.

c) a Jacó

Pouco tempo depois, para que se conservasse a recordação da promessa, o Senhor reafirmou a mesma aliança com Jacó, neto de Abraão. Na ocasião de ver, durante o sono, uma escada firmada na terra, mas com a ponte a tocar o céu; e [vendo] também os Anjos de Deus que por ela subiam desciam, como afirma a Escritura, - Jacó ouviu ao mesmo tempo a voz do Senhor que, apoiado na escada, lhe dizia: "Eu sou o Senhor, Deus de teu pai Abrãao, e Deus de Isaac. Dar-te-ei, a ti a tua posteridade, a terra em que estás dormindo. E tua geração será como o pó da terra. Hás de estender-te para o Oriente e o Ociente, para o Setentrião e o Meio-dia. Em ti e na tua geração serão abençoadas todas as tribos da terra".

Posteriormente, Deus nunca deixou de renovar a recordação de Sua promessa, nem de manter a esperança do Salvador, não só entre os filhos de Abraáo, mas também entre muitos outros homens. Desde a consolidação do regime político e da religião judaica, o povo ia ficando cada vez mais ciente dessa expectativa. As coisas mudas (por ex. a estrela de Jacó - Num 24,17; Mt 2,2) tornam-se sinais [da Redenção]. Homens houve que anunciavam quais e quantos benefícios havia de trazer-nos Jesus Cristo, nosso Salvador e Redentor.

d) aos Profetas em geral

Os Profetas, cujo espírito era aclarado por uma luz celestial, falavam diante do povo, e anunciavam-lhe o nascimento do Filho de Deus, as obras admiráveis que havia de praticar depois da Sua Encarnação, Sua doutrina, Seus costumes, Seu trato, Sua Morte e ressurreição e os outros mistérios. Falavam com tanta clareza de todos estes fatos, como se os tivessem presentes à própria vista. Se, pois, abstrairmos da distância que medeia entre o passado e o futuro, já não podemos notar nenhuma diferença entre os oráculos dos Profetas e a pregação dos Apóstolos, entre a fé dos antigos patriarcas e a nossa própria fé atual.

O nome de Jesus:

Jesus é o nome próprio d'Aquele que é Deus e homem ao mesmo tempo. Significa "Salvador".

Não Lhe foi posto casualmente, por escolha e vontade dos homens, mas por ordem e intenção de Deus. Assim o declarou o Anjo Gabriel a Maria, Sua Mãe: "Eis que conceberás em teu seio, e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus". E depois ordenou a José, esposo da Virgem, desse tal nome ao menino, e indicou-lhe ao mesmo tempo as razões por que devia chamar-Se assim: "José, filho de Davi, não tenhas receio de levar para tua casa Maria, tua esposa; pois o que nela foi concebido, obra é do Espírito Santo. Portanto, ela há de dar à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque Ele há de remir Seu povo de seus pecados".

1 - Os homônimos no Antigo Testamento

Verdade é que, nas Escrituras, se nos deparam muitas pessoas com esse mesmo nome. Assim se chamava o filho de Navé que sucedeu a Moisés; teve o privilégio, negado a seu antecessor, de levar à Terra de Promissão o povo que o mesmo Moisés havia arrancado do cativeiro do Egito. Assim se chamava também o filho de Josedec, sumo-sacerdote.

2. Justeza desse nome

A nosso ver, com quanto mais acerto não se deve atribuir esse nome a Nosso Salvador! A Ele que deu luzes, liberdade e salvação, já não a um povo singular, mas a todos os homens de todas as épocas. A Ele que os livrou, não diremos da fome ou da opressão do Egito e da Babilônia, mas das sombras da morte em que estavam sentados, presos com os duríssimos grilhões do pecado e do demônio. A Ele que lhes adquiriu o direito à herança do Reino dos céus, e os reconciliou com o Pai Eterno.

Naquelas pessoas não vemos senão uma figura de Cristo Nosso Senhor, que de tantos benefícios cumulou o gênero humano, como acabamos de explicar.

3 - Seu aspecto total

Além do mais, todos os outros nomes que, segundo as profecias, deviam ser dados ao Filho de Deus, estão já incluídos nesse único nome de "Jesus". Cada um deles exprime aspectos parciais da salvação que nos devia trazer; ao passo que o nome de Jesus abrange, por si só, resgate do gênero humano, em toda a sua extensão e eficácia.

Fonte: Catecismo Romano.

Depois veremos: Significação de "Cristo"

Primeiro Artigo AQUI

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