quarta-feira, 20 de junho de 2012

Católica

 Por padre Leo Trese



“Em todos os tempos, todas as verdades, em todos os lugares”.

Esta frase descreve de uma forma condensada a terceira das quatro notas da Igreja. É o terceiro lado do quadrado que constitui a “marca” de Cristo e que nos prova a origem divina da Igreja.  É o selo da autenticidade que só a Igreja Católica possui.

A palavra Católica significa que abrange tudo, e provém do grego,  e significa o mesmo que a palavra “universal”, que vem do latim.  É católica porque nela está presente Cristo: (Santo Inácio de Antioquia). Nela subsiste a plenitude do Corpo de Cristo unido à sua Cabeça, o que implica que ela receba dEle a plenitude.(AG.6) que Ele quis instituir: confissão da fé correta e completa, vida sacramental e ministério ordenado na sucessão apostólica.

Neste sentido fundamental, a Igreja era católica no dia de Pentecostes e o será sempre até o dia da Parusia”.

“É católica, porque Cristo a enviou em missão à universalidade do gênero humano: (LG.13)” (ns. 830-1).Quando dizemos que a Igreja Católica (com “C” maiúsculo) é católica (com “c” minúsculo) ou universal, queremos dizer antes de mais nada que existiu todo o tempo desde o Domingo de Pentecostes até os nossos dias.

As páginas de qualquer livro de história darão fé disto, e não é necessário sequer que seja um livro escrito por um católico. A Igreja Católica tem uma existência ininterrupta de mais de mil e novecentos anos, e é a única Igreja que pode dize-lo de verdade.

Digam o que quiserem as outras “igrejas” sobre a purificação da primitiva Igreja ou os “ramos” da Igreja, o certo é que, nos primeiros séculos da história cristã, não houve outra Igreja além da Católica.

As comunidades cristãs não-católicas mais antigas são as nestorianas, as monofisitas e as ortodoxas.

A ortodoxa grega, por exemplo, teve o seu começo no século IX, quando o arcebispo de Constantinopla recusou a comunhão ao imperador Bardas, que vivia publicamente em pecado. Levado pelo despeito, o imperador separou a Grécia da sua união com Roma, e assim nasceu a confissão ortodoxa.

A confissão protestante mais antiga é a luterana, que começou a existir no século XVI, quase mil e quinhentos anos depois de Cristo. Teve a sua origem na rebelião de Martinho Lutero, um frade católico de personalidade magnética, e ficou devendo a sua rápida difusão ao apoio dos príncipes alemães, que se insurgiram contra o poder do Papa em Roma.

A tentativa de Lutero de corrigir os abusos da Igreja (e não há dúvida de que havia abusos) acabou num mal muito maior: a divisão da Cristandade. Lutero abriu um primeiro furo no dique, e atrás dele veio a inundação.

Mencionamos Henrique VIII, John Knox e John Wesley.

Mas as primeiras confissões protestantes subdividiram-se e proliferaram (especialmente nos países de língua alemã e inglesa), dando lugar a centenas de seitas diferentes, num processo que ainda não terminou. Mas nenhuma delas existia antes de 1517, ano em que Lutero afixou as suas famosas 95 teses na porta da igreja de Wittenberg, na Alemanha.

A Igreja Católica não só é a única cuja história não se interrompe desde os tempos de Cristo, como também é a única que ensina todas as verdades que Jesus ensinou e como Ele as ensinou.

Os sacramentos da Penitência e Unção dos Enfermos, a Missa e a Presença Real de Jesus Cristo na Eucaristia, a supremacia espiritual de Pedro e seus sucessores, os Papas, a eficácia da graça e a possibilidade de o homem merecer a graça e o céu – são pontos que nem todas as igrejas não-católicas aceitam.

Há hoje comunidades que pretendem ser “igrejas cristãs” e chegam até a duvidar da divindade de Jesus Cristo.

Em contrapartida, não há uma só verdade revelada por Jesus Cristo (pessoalmente ou pelos seus Apóstolos) que a Igreja Católica não proclame e ensine. Além de ser universal no tempo (todos os dias desde o Pentecostes) e universal na doutrina (todas as verdades ensinadas por Jesus Cristo), a Igreja Católica levou a mensagem de salvação a todas as latitudes e longitudes da face da terra, lá onde houvesse almas que salvar.

A Igreja Católica não é uma igreja “alemã” (como os luteranos) ou “inglesa” (como os anglicanos), ou “escocesa” (os presbiterianos), ou “holandesa” (a Igreja Reformada), ou “norte-americana” (centenas de seitas distintas).  A Igreja Católica está em todos esses países, e, além disso, em todos aqueles que permitiram a entrada aos seus missionários.

Mas não é propriedade de nenhuma nação ou raça.

Acha-se em casa em qualquer parte, sem ser propriedade de ninguém.

Foi assim que Cristo a quis.

A sua Igreja Católica é a única a cumprir esta condição, a única que está em toda a parte, por todo o mundo.

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