segunda-feira, 8 de abril de 2013

A Maravilhosa graça de Deus




palavra “graça” quando utilizada em sentido simples e por si, refere-se àqueles dons invisíveis que residem e operam na alma, contribuindo para a perfeição do homem para capacitá-lo a cumprir seu fim último, que é viver eternamente com Deus.

É um dom de Deus, dom este que o homem não tem direito, nem sequer remotamente, pois que sua natureza humana não lhe dá acesso

É portanto, um dom sobrenatural e interior de Deus, concedido para a nossa própria salvação, pelos méritos de Jesus Cristo.

Para entendermos sobre este tesouro imprescindível para nossa vida espiritual é preciso saber como foi o homem criado por Deus, como seria ele no estado natural e como Deus, por amor, o elevou a um estado sobrenatural, para que este gozasse de sua vida divina maravilhosa

Como tudo começou.....

No início o homem, - este ser composto de corpo e alma -, foi criado por Deus num grau inferior aos anjos, que sente, cresce, reproduz, reconhece os objetos sensíveis e tem a capacidade de reconhecer intelectualmente o ser Supra-sensível, a Verdade, e com vontade inclina-se para o bem racional.

Este tende à perfeição e para que isso aconteça, suas faculdades inferiores, vegetativas e sensitivas, devem ser submetidas à razão e à vontade e esta condição é absoluta, pois na medida em que ela falta, enfraquece ou desaparece a vida, começa-se a dissolução dos elementos, enfraquecendo o sistema, ocorrendo a morte.

 São Tomás nos diz que o homem foi elevado ao estado sobrenatural, no momento da sua criação ou imediatamente após, na tese de São Boaventura. Criatura alguma, por mais perfeita que se suponha, pode por si mesma contemplar a essência divina «que habita uma luz inacessível, lucem inhabitat inacessibilem» .

Mas Deus, por um privilégio inteiramente gratuito, chama o homem a contemplar esta divina essência no céu; e, como este por si mesmo é disso incapaz, Deus eleva, dilata, fortifica a inteligência pelo lume da glória. E assim participaremos, que de modo finito, da vida própria de Deus, pois que O conheceremos como Ele se conhece e o amaremos como Ele se ama a si mesmo

Mas o que seria este homem sobrenatural?

Deus quis pelo seu amor, eleva-lo a um estado superior, dando-lhes dons que o elevaria a esta condição. A noção de sobrenatural, conforme nos ensina Tanquerey, em geral, é tudo o que supera a natureza dum ser, as suas forças atuais, as suas exigências e os seus merecimentos

Um destes dons que o Senhor deu ao homem para eleva-lo a esta condição, seria a graça santificante, que é um divino comunicado a uma criatura, sobrepujando.

.A Graça Santificante: por ela o homem é modificado por Deus, de uma forma acidental, na sua natureza e capacidade de ação, não o torna Deus, mas deiforme, semelhante a Ele, capaz de atingi-lo pela visão beatífica, quando esta graça for transformada em glória e de o ver face a face, como Ele se vê a Si mesmo. Participamos da natureza de Deus, Ele vem a nós com sua graça maravilhosa!

Fora esta graça que é o próprio Deus em nós, deu-lhe também o Dom da Integridade (dom Preternatural – que aperfeiçoa a natureza, mas não a eleva até à ordem divina, e não a muda substancialmente, apenas transcende as capacidades ou exigências de alguma natureza particular) -, completa sua natureza e o capacita a receber a Graça.

O Dom da Integridade como disse, capacita o homem a receber a graça santificante - confere a ele três privilégios: A Ciência Infusa, O domínio das Paixões e a Imortalidade da alma

A Ciência Infusa, - é um privilégio só dos anjos, mas foi conferido a Adão, para facilitar o seu munus de cabeça e educador do gênero humano, dando a ele a capacidade infusa de conhecer a verdade e uma certa facilidade para adquirir a ciência experimental.

O domínio das Paixões- Deus conferiu a capacidade de lutar contra as paixões desregradas, do orgulho, facilitando-lhe a virtude, mas não o tornou impecável. Adão não tinha a tirania da concuspiscência, que o levava ao mal, mas tào somente uma certa tendência para o prazer, subordinada à razão. Sua vontade estava sujeita a Deus e por isso, suas faculdades inferiores estavam submetidas à razão e o corpo à alma: era a ordem, a retidão perfeita.

A Imortalidade do corpo - Naturalmente falando, o homem está sujeito à doença e à morte, mas pela providência divina, foi preservado desta dupla fraqueza. Para assim mais livremente poder a alma cumprir seus deveres superiores.

A união da Graça santificante, mais o dom da Integridade constitui o que se chama de Justiça original, modo como o homem se tornou ao ser elevado ao estado sobrenatural.

Portanto, nossos primeiros pais foram criados assim, em estado de justiça original, cheio de dons e privilégios, que os capacitariam a ver a Deus, que é santo e perfeito. O maravilhoso é que todos estes bens, com excessão da ciência infusa (que foi privilégio sómente de Adão), seriam como um bem de família e todos aqueles que nascessem depois deste Pai, nasceria com todos eles, para se tornarem aptos a também verem a face de Deus, quando viesse seu fim e caso não os perdesse.

Mas infelizmente Adão ao pecar, perdeu todos estes privilégios. Perdeu os dons preternaturais e a graça santificante, ficando com que lhe era próprio: a natureza e seus privilégios naturais. Sua vontade fica agora enfraquecida, mas permanece livre e pode escolher entre o bem e o mal. Deus quis lhe deixar a fé e a esperança e no momento da queda (Gn.3- Proto - Evangelho_) já o deixa vislumbrar a visào do libertador, saído da raça humana, que triunfaria sobre o demônio e restauraria o homem decaído, e ao mesmo tempo, pela graça atual, lhes instigava ao arrependimento. Adão perdeu, infelizmente o estado de justiça original.

Foi aí que Deus, por amor a este homem caído pelo pecado, envia Jesus, seu Filho amado, nascido de uma Virgem para o remir.

Depois retornaremos...

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