«Um bom pastor, um pastor segundo o coração de Deus, é o maior tesouro que o bom Deus pode conceder a uma paróquia e um dos dons mais preciosos da misericórdia divina”«Oh como é grande o padre! (…) Se lhe fosse dado compreender-se a si mesmo, morreria. (…) Deus obedece-lhe: ele pronuncia duas palavras e, à sua voz, Nosso Senhor desce do céu e encerra-se numa pequena hóstia». «Sem o sacramento da Ordem, não teríamos o Senhor. Quem O colocou ali naquele sacrário? O sacerdote. Quem acolheu a vossa alma no primeiro momento do ingresso na vida? O sacerdote. Quem a alimenta para lhe dar a força de realizar a sua peregrinação? O sacerdote. Quem a há-de preparar para comparecer diante de Deus, lavando-a pela última vez no sangue de Jesus Cristo? O sacerdote, sempre o sacerdote. E se esta alma chega a morrer [pelo pecado], quem a ressuscitará, quem lhe restituirá a serenidade e a paz? Ainda o sacerdote. (…) Depois de Deus, o sacerdote é tudo! (…) Ele próprio não se entenderá bem a si mesmo, senão no céu».«Se compreendêssemos bem o que um padre é sobre a terra, morreríamos: não de susto, mas de amor. (…) Sem o padre, a morte e a paixão de Nosso Senhor não teria servido para nada. É o padre que continua a obra da Redenção sobre a terra (…) Que aproveitaria termos uma casa cheia de ouro, senão houvesse ninguém para nos abrir a porta? O padre possui a chave dos tesouros celestes: é ele que abre a porta; é o ecónomo do bom Deus; o administrador dos seus bens (…) Deixai uma paróquia durante vinte anos sem padre, e lá adorar-se-ão as bestas. (…) O padre não é padre para si mesmo, é-o para vós». (Santo Cura d’Ars – Padroeiro do Clero - citado por Papa Bento XVI em sua carta aos Sacerdotes, no inicio do ano sacerdotal
Cristo é o modelo para todos os sacerdotes.
Jesus quando partiu o pão, ao instituir a Sagrada Eucaristia, deu graças! e dar graças deve ser o motivo da vida de todo sacerdote, pois foi constituido pelo próprio Senhor, - este que o ama, que o acolhe com a sua Providência, e acompanha-os com intervenções contínuas de salvação -, para que fossem seus ministros neste mundo.
Um espírito agradecido deve sempre ser cultivado, pois receberam do Senhor muitos dons e são eles os distribuidores destes dons aos filhos de Deus. Grande responsabilidade e honra mereceu estes escolhidos, pois apesar de toda fraquesa podem confiantemente cantar a se alegrar em Deus que os auxilia na caminhada, fazendo deles verdadeiros arautos da fé que receberam e do serviço a que foram chamados, arautos de fato do ministério da salvação.
Dignos ministros, dignos servos de Deus.
Sua dignidade supera a dignidade humana, nos diz Santo Inácio, exatamente pelas funções que exercem, pois o sacerdote está entre Deus e os homens, trazendo a eles a maior riqueza que se pode ter neste mundo, o próprio Deus. Portanto por sua excelsa função são dignos diante de Deus a quem são consagrados e dos homens a quem servem.
Pelo Sacramento da Ordem que é o sacramento da nova aliança recebem o poder espiritual para dirigir os que o Senhor os conferiu para serem seus guias.
Os sacerdotes são pastores de almas, e por elas devem ser ouvidos e amados. Basta saber-se que, no dizer do próprio Jesus Cristo, os padres devem ser tratados como a sua pessoa: “Quem vos escuta, a mim escuta; e quem vos despreza, a mim despreza”.Honrar o sacerdote de Cristo, é honrar o Cristo; e fazer injúria ao sacerdote de Cristo, é fazê-la a Cristo. Considerando a dignidade dos sacerdotes, Maria d’Oignies beijava a terra em que eles punham os pés.
Quando Jesus instituiu a Eucaristia disse: « Fazei isto em memória de Mim ». Por isso, a Eucaristia não recorda simplesmente um fato; recorda-o a Ele. Para o sacerdote, o fato de repetir cada dia, in persona Christi, as palavras do « memorial » é um convite a desenvolver uma « espiritualidade da memória ». Por isso o sacerdote é chamado a ser no meio de seu povo, o povo de Deus -, um homem com a memória fiel de Cristo e de todo seu mistério e deve faze-lo de forma obediente, na retidão.
O sacerdote nunca deverá perder a condição de assombro diante do mistério a que foi chamado celebrar. Diante dele e pelas suas palavras consagratórias, o pão e o vinho se transformam pelo poder da palavra de Cristo e da ação do Espírito Santo, na substância do corpo e do sangue de Cristo. Assim, sobre o altar, está « verdadeira, real e substancialmente » presente Cristo morto e ressuscitado, com toda a sua humanidade e divindade. Trata-se, portanto, de realidade eminentemente sagrada! Por isso, a Igreja circunda de tanta reverência este Mistério, e vigia atentamente por que sejam observadas as normas litúrgicas que tutelam a santidade de tão grande Sacramento.(Bento XVI)
Os sacerdotes, são os celebrantes, mas também os guardiões deste sacrossanto Mistério. Por isso suas vidas devem ser eternamente e diariamente consagradas para celebrarem dignamente e com toda reverência o Santo Sacrificio.
Santo Sacrifício este que tem força expiatória diante do Pai. “Oferecer In persona Christi, quer dizer mais que “em nome”ou também “em vez”. “In persona”, isto é, na identificacão específica Sacramental com o Sumo e Eterno Sacerdote que é o autor e o Sujeito principal deste seu próprio sacrifício no que em verdade, não pode ser substituído por ninguém, somente Ele Cristo, podia e pode ser sempre verdadeira e efetiva ‘propiciatio pro peccatus nostris…sed etian totus mund’( Carta a todos Bispos n. 8)
«É o mesmo Sacerdote, Jesus Cristo, de quem realmente o ministro faz as vezes. Se realmente o ministro é assimilado ao Sumo-Sacerdote, em virtude da consagração sacerdotal que recebeu, goza do direito de agir pelo poder do próprio Cristo que representa 'virtute ac persona ipsius Christi'» (Pio XII. Enc. Mediator Dei: AAS 39 (1947) 548.).
Nos diz Santo Afonso de Ligório que ”Não pode a Igreja inteira, sem os padres, prestar a Deus tanta honra, nem obter dele tantas graças, como um só padre que celebra uma missa. Com efeito, sem os padres, não poderia a Igreja oferecer a Deus sacrifício mais honroso que o da vida de todos os homens: mas o que era a vida de todos os homens, comparada com a de Jesus Cristo, cujo sacrifício tem um valor infinito? O que são todos os homens diante de Deus senão um pouco de pó, ou antes um nada? Isaías diz: São como uma gota de água... e todas as nações são diante dele, como se não fossem. Assim, o sacerdote que celebra uma missa rende a Deus uma honra infinitamente maior, sacrificando-lhe Jesus Cristo, do que se todos os homens, morrendo por ele, lhe fizessem o sacrifício das suas vidas. Mais ainda, por uma só missa, dá o sacerdote a Deus maior glória, do que lhe têm dado e hão de dar todos os anjos e santos do Paraíso, incluindo também a Virgem santíssima; porque não lhe podem dar um culto infinito, como o faz um sacerdote celebrando no altar.
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Pelo contrário, foi necessária a morte de Jesus Cristo para fazer um padre: pois, doutro modo, — onde se encontraria a Vítima que os padres da lei nova oferecem hoje a Deus, Vítima santíssima, sem mancha, só por si suficiente para honrar a Deus duma maneira condigna de Deus? O sacrifício da vida de todos os anjos e de todos os homens não seria capaz, como acabamos de dizer, de prestar a Deus a honra infinita, que lhe presta um padre com uma só missa”
«Cristo é a fonte de todo o sacerdócio: pois o sacerdócio da [antiga] lei era figura d'Ele, ao passo que o sacerdote da nova lei age na pessoa d'Ele»(«Christus est fons totius sacerdotii: nam sacerdos legalis erat figura ipsius, sacerdos autem novae leis in persona ipsius operatur»: São Tomás de Aquino, Summa theologiae, 3, q. 22, a. 4. e: Ed. Leon. 11, 260.).
Os sacerdotes devem ser amados, pois através deles recebemos nossa filiação divina, pelo Batismo por eles administrados. Recebemos toda vez que pecamos e arrependidos recorremos a eles, o perdão dos pecados, pois ele age na pessoa de Cristo para desatar tudo que nos amarrava.
Sua Santidade o Papa Pio XI escrevia: ”quando vemos um homem exercer esta faculdade (perdoar os pecados) não podemos pelo menos deixar de repetir – não com escândalo farisaico, mas com reverente assombro – aquelas palavras: “Quem é este que até perdoa pecados?” (Lc 7,49). Foi o Homem-Deus que tinha e tem o “poder de perdoar os pecados na terra” (Lc 5,24), quem quis transmiti-lo aos Seus sacerdotes para encher com a liberalidade da misericórdia divina, a necessidade de purificação que sente a consciência humana. Daí brota uma grande consolação para o homem culpável, que sofre com os remorsos e que, arrependido, ouve a palavra do sacerdote, que em nome de Deus lhe diz: ”Eu te absolvo dos teus pecados”. Ouvir isto da boca de alguém que por sua vez terá a necessidade de pedir as mesmas palavras a outro sacerdote, não degrada o dom misericordioso de Deus, mas sublima-o, já que através da frágil criatura se vê na mão de Deus que opera este prodígio” (Carta Encíclica -Ad Catholici Sacerdotti, n. 6 – Sobre o Sacerdócio Católico)
Os sacerdotes são pontes que nos levam a Deus. Rezemos por eles, para que amem a Cristo e Sua Igreja acima de todas as coisas, que sejam fieis, santos para glorificar com suas vidas o Deus que os chamou a tão digna vocação. Que tenham confiança em Jesus Cristo, o Amigo, pois Ele não os abandona, Ele que sustenta seu ministério .
Demos graças a Deus, pelos nossos sacerdotes, santos e fieis sacerdotes.
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