Por Thiamer Toth
Quando os navios se aproximam do porto do Rio de Janeiro, os passageiros contemplam sobre um monte de novecentos metros de altura, um monumento gigante. Todos conhecem a estátua da Liberdade em Nova Iorque, mas nem todos conhecem esta obra colossal de quarenta e seis metros, o Cristo Redentor -, que com os braços abertos abençoa a cidade e o porto.
Esta escultura exigiu anos de trabalho. Também desejo esculpir com toda a perfeição possível, a santa imagem de Cristo nas almas dos queridos leitores. Depois dos capítulos introdutórios, agora podemos estudar o ponto central e decisivo: Quem é Jesus?
Apenas professar: Creio em Deus Pai todo Poderoso, Criador do céu e da terra; não é suficiente para ser cristão, para isso é necessário crer na divindade de Jesus. Se Cristo não é Deus, o cristianismo é uma farsa, o maior erro da humanidade, então a vida seria um enigma, um tormento, uma loucura; usando a expressão de Voltaire: "uma brincadeira de mal gosto".
Pelo contrário, se o credo cristão é verdadeiro, ou seja, Cristo é Deus, então a vida, os ideais, os desejos devem mudar radicalmente segundo o modelo cristão Se a humanidade acreditasse na divindade de Cristo, todos os problemas seriam resolvidos, brotaria fontes de trabalho, paz, justiça, harmonia e amor.
Certa vez, o Salvador perguntou: Que pensais vós de Cristo? Esta pergunta é repetida durante séculos, todos os homens são chamados a responder. Não existe outra saída, todos sem exceção devem responder e tomar partido.
Uma nuvem ao encontrar um monte, passa por cima ou se desfaz contra ele. Assim, também acontece com o homem a respeito de Cristo: ficar ao seu lado ou insurgir contra Ele; amar ou odiar, ser feliz com Ele ou desgraçado sem Ele.
A grandeza sobre-humana de Cristo é evidenciada pelo fato de todas as tendências espirituais quererem reinvindica-LO para si. Muitas coisas disseram acerca de Cristo: revolucionário, primeiro socialista, comunista, profeta, sábio, idealista, mestre. Não foi revolucionário no sentido que hoje se emprega esta palavra e sim no sentido de renovar o mundo pela misericórdia. Basta ver como o mundo via o matrimônio, a moral, os filhos, o trabalho, o amor, e o que Cristo ensinou a respeito destes temas.
No mundo pagão a mulher era facilmente repudiada; o pai podia vender os filhos; os escravos eram considerados como animais; o trabaho era visto como vergonhoso; reinava o direito do mais forte; a vingança era comum. Cristo foi revolucionário pelo fato de acabar com tudo isso através do amor, não usando a violência.
Jesus protótipo do homem novo, quis uma humanidade nova, desejava transformar o mundo antigo não apenas na exterioridade, mas também no interior do homem. A doutrina de Cristo não é um explosivo, que destrói e arruína, é fermento que vivifica. Não aspira apenas a uma humanidade feliz, mudando a ordem econômica e social, almeja aperfeiçoar o homem, torna-lo nobre, para depois estabelecer uma ordem social digna e justa.
Também não foi comunista no sentido sangrento e revolucionário, que faz tremer o mundo civilizado. O comunismo não reconhece o direito de propriedade particular. Jesus, pelo contrário, disse que não vinha abolir o decálogo, portanto, o sétimo e o décimo mandamento, que protegem a propriedade particular, continuam em vigor. Jesus tinha entre os discípulos muitos pobres e também gente de posição econômica razoável: Lázaro e suas irmãs, Maria Madalena, Salomé, Nicodemos, Zaqueu, José de Arimatéia, Mateus. Jesus não sonhou com uma organazação social utópica, em que haveria abundância para todos, disse claramente: "sempre tereis os pobres convosco”(Mc 14,7).
Em sua pregação são frequentes os termos: salário, servo, compra, venda, empréstimo, juros. Jesus reconhecia a ordem social baseada na propriedade particular. Isso não quer dizer que reconhecia as injustiças sociais. Não autoriza o abuso egoísta das riquezas ou uso ilícito da propriedade particular.
Jesus Cristo pregva: Bem aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!(Mt 5,3). Aconselhou o jovem rico a distribuir sua fortuna entre os pobres. Mostrou como é difícil um rico entrar no céu; na parábola do pobre Lazaro, condena simplesmente porque o rico não teve misericórdia com o pobre.
Se comunismo significa roubar e assassinar, então Cristo não é comunista. Se significa caridade, repartir o teu pão com o faminto, dar abrigos aos infelizes sem asilo, vestir os maltrapilhos (Is 58,7), então Jesus foi comunista.
Como não foi nem revolucionário nem comunista, então quem foi? Basta conhecer a humanidade para afirmar: Cristo era mais que um simples homem. Nele se encontravam aspectos que estão acima do humano. Napoleão dizia: “eu conheço bem o homem, Cristo foi mais que um homem”
Em todos os tempos, existiram gênios, porém eram simples homens, nunca puderam transformar ninguém espiritualmente. Cristo veio ao mundo, há mais de dois mil anos e milhões de pessoas continuam abrindo-lhes o coração.
O que devemos pensar de Cristo? Cristo é o Filho de Deus e deseja remir a humanidade. Uma resposta simples e objetiva, mesmo assim, ainda fonte inesgotável de reflexão.
Jesus declarou que era Deus e Homem, podemos acreditar simplesmente em algo tão inaudito? Não é tão fácil acreditar, porém a vida, o caráter e a personalidade de Jesus, fornecem crédito. Mais de vinte séculos de testemunhos, milhões de homens acreditaram em sua divindade; sacrificando ambições, carreira profissional, fortuna, e mesmo a própria vida. Cristo não pode ser um simples mortal.
Nietzsche escreveu estas palavras blasfemas: no domingo ao ouvir o sino tocando, pergunto: ë posível? Tudo isso, por causa de um judeu crucificado há dois mil anos, que pretendia ser Filho de Deus. Esta pretensão não tem a menor comprovação.
Caso, Jesus fosse um simples homem, poderia desafiar o tempo e a história?
Tu és Cristo, Filho de Deus vivo! (Mt 16,16)
Se isso é verdade, tudo se torna diferente; não posso escolher as palavras e ensinamentos que mais agradam, pelo contrário, devo aceitar humildemente todo o conteúdo do Evangelho.
Certamente, se Cristo não é Deus, pode ser um herói da fé, e não é Redentor; pode ser colocado ao lado de Buda, Maomé, Confúcio…; E o Cristianismo é uma farsa. Contudo Cristo é Deus.
Para São Tomé, a primeira sexta-feira santa foi um dia deprimente. O Senhor tinha morrido, quanta confiança tinha depositado nele. O Sepulcro fora fechado, tudo estava acabado.
O nevoeiro da incredulidade envolvia a alma de Tomé e o sufocava. No dia de Páscoa, Cristo ressuscitado aparece aos apóstolos, porém, Tomé não estava presente. Os amigos transmitem a boa nova, ele não acredita, no entanto, oito dias depois, Nosso Senhor aparece novamente. Tomé exclamou comovido: Meu Senhor e meu Deus! (Jo 20,28
Fonte: Quem é Cristo - Thiamer Toth
Veja mais:
1 - Cristo e o Homem
Logo veremos: Cristo e suas palavras
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