sábado, 29 de outubro de 2011

A grandeza cristã da Idade Média - Parte II


Por Dr. Rafael Vitola Brodbek


Veja Aqui a PARTE I

A Europa é um sinal de onde estamos. Cristã na sua origem, como demonstramos, está contaminada de paganismo e gnose – ecologismo radical, feminismo, e todos os tipos de igualitarismos religiosos, sociais e políticos, todos violadores do culto à justiça, à vida (vide o aborto e a eutanásia na legislação da União Européia).

É o aviso de um Cardeal da Santa Igreja: “Deus está a ser obstinadamente afastado da nova constituição da Europa. Assim se quereria que, do fundamento jurídico da nova Europa unida, Deus estivesse ausente, o que a reconduziria ao abismo do qual a Europa sem Deus se libertou em 1989 e 1990. Com certeza, isto não vai passar de um bumerangue, que não trará qualquer progresso para o caminho de uma Europa unida.” (Sua Eminência, D. Joaquim Cardeal Meisner, Arcebispo de Colônia, Alemanha. Homilia na Santa Missa, Santuário de Nossa Senhora de Fátima, Portugal, em 13 de maio de 2002)

A reforma das estruturas temporais – as quais, na Idade Média e em certos ambientes da modernidade, estavam submetidas a Cristo Rei – identifica-se com a expansão do Reinado de Jesus sobre a sociedade civil, e é, na prática, um projeto que visa “chegar a atingir e modificar, pela força do Evangelho, os critérios de juízo, os valores que decidem, os centros de interesse, as linhas pensamento, as fontes inspiradoras e os modelos de vida da humanidade que se apresentam em contraste com a Palavra de Deus e os desígnios de salvação.” (Sua Santidade, o Papa Paulo VI. Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, de 8 de dezembro de 1975, nº 19)

Causa dos problemas contemporâneos é a Revolução cultural anticristã, de caráter gnóstico, laicista, liberal, antropocêntrico e igualitário, que desvincula fé e razão, sociedade religiosa e sociedade civil, Igreja e Estado, esfera espiritual e temporal, culto privado e culto público. “Duas potências vivem e se acham em luta no mundo moderno: a Revelação e a Revolução. Esses dois poderes negam-se reciprocamente, e aqui está o problema fundamental.” (VEUILLOT, Louis. A ilusão liberal, XXIII)

Negando-se à benéfica submissão a Jesus Cristo, Rei do Universo, o mundo afunda na loucura em que tudo passa a ser permitido e a natureza é violentada, com leis abortistas e pró-gay, v.g.. “A ruptura entre a ordem espiritual e a ordem racional é o maior problema que o mundo moderno tem a enfrentar.” (DAWSON, C. Religione e Cristianesimo nella Storia della Civiltà, Roma: Paoline, 1984, p. 152)

Somos levados pelos inimigos da Igreja a criticar o período em que a doutrina de Cristo inspirava toda a sociedade.

A falsificação da História é das manobras aquela que mais ajudou a que tantos “torçam o nariz” quando se fala na Idade Média. “Na Idade Média os Papas haviam realizado a unidade da Europa sob o regime da Cristandade. No final do século XVIII, a França reúne os homens em torno de um novo tripé fantástico: liberdade, igualdade e fraternidade. É o triunfo da burguesia. A declaração dos direitos do homem, emanada aos 26 de agosto de 1789, condena os velhos abusos e institui o catecismo filosófico da nova ordem. A sociedade se declara oficialmente não-cristã. Começa-se, a partir deste momento, a falar em época pós-cristã.” (GRINGS, D. Dadeus)

A Cristandade foi progressivamente sendo atacada desde o fim da Idade Média. Com o Renascimento, pagão, gnóstico, caracterizado pelo humanismo autônomo – tão condenado pelos Papas e pela Gaudium et Spes –, e a Reforma Protestante, a primeira etapa de um mesmo processo revolucionário.

Segunda etapa será a Revolução Francesa, com todas as funestas teorias iluministas sendo aplicadas e um novo passo igualitário inaugurado. Este estado de coisas conduz ao liberalismo do século XIX e às grandes perseguições do início do século XX.

Por fim, terceira etapa inaugura-se na Revolução Russa de 1917, quando o comunismo – transposição das idéias igualitárias da Reforma e da Revolução Francesa ao campo social e econômico – saiu-se vitorioso.

A mesma e única Revolução prepara sua quarta etapa, com a total dessacralização da sociedade e a exclusão completa do Reino de Deus – vide a União Européia sem referência a suas raízes cristãs, o movimento homossexual, a terceira via do socialismo, a Nova Era, o progressismo teológico, o relativismo moral (condenado por João Paulo II na Veritatis Splendor, em reiteração de condenações anteriores), certas tendências panteístas e igualitárias na idéia ecológica, o aborto, o feminismo etc.

Essa idéia de Revolução como uma doutrina, um sistema, já foi demonstrada por Joseph De Maistre, para quem ela era não um acontecimento, mas uma época.

Outros pensadores, todos muito católicos e autorizados, sustentam o mesmo. “A Revolução foi um vasto empreendimento premeditado de descristianização e de hostilidade ao Reinado Social de Cristo Rei e de sua Igreja. E os dois séculos que se seguiram continuaram esta obra nefasta: revolta contra Deus e contra os verdadeiros direitos do homem.” (RIFAN, D. Fernando Arêas. Bicentenário da Revolução Francesa, in “Quer Agrade, Quer Desagrade”, Campos: ed. do autor, 1999, p. 113)

“Ela é uma doutrina, ou, se se preferir, um conjunto de doutrinas, em matéria religiosa, filosófica, política, social.” (FREPPEL, Mons. Apud RIFAN, D. Fernando Arêas. Bicentenário da Revolução Francesa, in “Quer Agrade, Quer Desagrade”, Campos: ed. do autor, 1999, p. 113).

“A Revolução é o ódio de toda ordem social que o homem não estabeleceu e na qual ele não é rei e deus ao mesmo tempo. Ela é a proclamação dos direitos do homem sem preocupação com os direitos de Deus. É a fundação do estado religioso e social sobre a vontade do homem no lugar da vontade de Deus. Ela é a Revolução, quer dizer, destruição, desordem.” (GAUME, Mons. Apud RIFAN, D. Fernando Arêas. Bicentenário da Revolução Francesa, in “Quer Agrade, Quer Desagrade”, Campos: ed. do autor, 1999, pp. 113-114)

Em outros termos, a Revolução é uma revolta contra Deus e contra Jesus Cristo. Em conseqüência, é revolta contra a Igreja, contra seus ministros, contra o Rei. Como disse o Cardeal Pie, ela tende ‘para uma completa secularização, isto é, para uma ruptura absoluta entre a sociedade leiga e o princípio cristão.’ (...) E porque ela não foi apenas um acontecimento do passado mas um certo estado de espírito, uma doutrina ainda presente nos espíritos e instituições, o combate continua ainda entre a verdadeira Igreja e a Revolução.” (RIFAN, D. Fernando Arêas. Bicentenário da Revolução Francesa, in “Quer Agrade, Quer Desagrade”, Campos: ed. do autor, 1999, p. 114)

Se a Revolução é a desordem, a Contra-Revolução é a restauração da Ordem. E por Ordem entendemos a paz de Cristo no Reino de Cristo. Ou seja, a civilização cristã, austera e hierárquica, fundamentalmente sacral, antiigualitária e antiliberal.” (OLIVEIRA, Plínio Corrêa de. Revolução e Contra-Revolução, 2ª ed., São Paulo: Diário das Leis, 1982, p. 42)

Com a vitória dos satânicos pressupostos da Revolução Francesa, o liberalismo triunfou contra a sadia norma da Cristandade. Já estavam sendo demolidos os pilares da gloriosa Idade Média com o nefasto absolutismo dos monarcas, que, destruindo as elites nobiliárquicas e aristocráticas, pecou contra a subsidiariedade e a liberdade genuína.

Em nome de uma falsa liberdade, propugnaram os revolucionários a destruição da ordem estabelecida. Confundiram os abusos absolutistas – que eles mesmos ajudaram a criar com a recuperação dos contra-valores pagãos no Renascimento – com o justo sistema feudal, e assim, para acabar com os primeiros, destruíram o que restava do segundo.

Para destruir o Cristianismo medieval, os humanistas agnósticos fizeram o Renascimento, com o fascínio pelo paganismo greco-romano. Desculpavam-se alegando que estavam apenas reinstalando os valores culturais e artísticos do mundo clássico. Mentira! Tais valores não precisavam de resgate, pois foram sempre preservados pela Igreja – a mesma que acusavam de obscurantismo. O movimento renascentista quis trazer, isso sim, tudo aquilo que a evangelização do Império e a queda deste pela invasão dos bárbaros germânicos – com sua posterior organização em reinos próprios, e, na unificação destes em Império por Carlos Magno, rei dos francos, com o estabelecimento da vassalagem – tinha sepultado com a luz do Evangelho: sexualidade desordenada, culto do corpo, dissociação entre fé e vida privada, absolutismo monárquico, utilização do poder religioso para fins profanos, arte como manifestação de vaidade e não mais de serviço ou de propagação do belo, métodos científicos alienados da crença em Deus, mercantilismo, escravidão. Tudo o que não existia na Idade Média pelo primado da Igreja foi recuperado por esses neopagãos.

Com efeito, apresentou-se como pretexto para o Renascimento a revalorização da cultura clássica. Note-se que o motivo é descaradamente mentiroso. Muitos de boa-fé, concedemos, estavam realmente interessados na promoção das artes. Todavia, a cultura clássica nunca esteve morta na Idade Média, como falsamente alardeavam os renascentistas. Pelo contrário, a filosofia, a arte, a literatura, o Direito, a estética do Medievo foram moldadas no classicismo – iluminado pela fé cristã. De Roma e da Grécia mantiveram os bárbaros invasores costumes e instituições, e os medievais não cessaram de promovê-los. O Pe. Alfred Sáenz, SJ, com muita propriedade, explica que não foram “os chamados ‘renascentistas’ os que voltaram a descobrir a Antigüidade. A Idade Média já conhecia e admirava os tempos clássicos. A diferença é que aqueles iniciaram um movimento de retorno à Antigüidade ‘pagã’, enquanto os medievais a assumiram relendo-a à luz do cristianismo.” (SÁENZ, Pe. Alfredo, SJ. La Cristiandad. Una realidad histórica. Pamplona: Gratis Date, 2005, p. 12)

O que, realmente, da Hélade e da România, não permaneceu foram certos institutos e hábitos incoerentes em face do Cristianismo que triunfou e sabiamente governou a Idade Média. Podemos dizer que os valores positivos greco-romanos permaneceram, ao passo em que os negativos foram logicamente postos de lado, por sua evidente incompatibilidade com a doutrina de Cristo.

Em nome da ressurreição da cultura clássica – que, vimos, não morreu na Idade Média, o que torna absurdo qualquer “renascimento” (só renasce quem morreu) –, a Renascença fez voltar, isso, os contra-valores. O que era bom no classicismo não pereceu no Medievo, ao contrário do que alegam os renascentistas. Tal perecimento inexistente foi criado por mentes perversas para, sob esta mentirosa alegação, revitalizar o que de ruim há tinha sido morto pelo Cristianismo. Percebe-se, nisso, a “coincidência” histórica: no Renascimento apareceram idéias típicas da Antigüidade, como o despotismo dos monarcas, o centralismo estatal, a escravidão, o racismo, o nacionalismo exagerado, o mercantilismo. Todos esses pontos da cultura clássica, tremendamente imorais, negativos, não existiam na Idade Média, justamente pela ação da Igreja, que soube separar o bem do mau dentre as manifestações da Antigüidade.Assim, em vez de despotismo, havia, em geral, a consciência da monarquia como serviço; ao centralismo opôs-se a subsidiariedade no seu modelo máximo: o feudalismo; à escravidão a sociedade hierárquica mas harmônica; ao racismo a fraternidade cristã em sua igualdade essencial (embora desigual nos acidentes, no que se baseia a hierarquia); ao nacionalismo o universalismo europeu; ao mercantilismo a idéia de solidariedade. Claro que isso tudo num plano ideal, eis que, como em qualquer agrupamento humano, houve abusos – em número muito menor, diga-se de passagem, do que os propalados pelos detratores da Idade. No período medieval, os valores clássicos positivos foram preservados. A partir da Renascença somam-se a estes os negativos, trazidos pelo antropocentrismo e pelo nascente racionalismo.

Da Renascença ao absolutismo monárquico foi um passo. Idéia clássica, ausente na Idade Média – essencialmente descentralizadora e fiel à subsidiariedade, haja vista o sistema o feudal –, o poder absoluto dos reis é um pensamento que obviamente foi gerado pela intelectualidade renascentista. E quando, descontentes com essa imoralidade que fazia do rei uma espécie de dono da sociedade, e do Estado uma extensão da propriedade privada, alguns iniciaram suas justas críticas a esse status quo, não permitiram os liberais que se voltasse ao regime da Cristandade , que tantos benefícios patrocinara. A contrário senso, conduziram tudo para que a sociedade desse outro passo em direção ao abismo: e venceu a Revolução Francesa, a qual não apenas removeu o nefasto absolutismo. Senão, com ele, muitos traços da ordem social católica que ainda persistiam, teimosamente, a despeito de todos os malefícios renascentistas que se lhe infligiam. “Laicizar o Evangelho e conservar as aspirações humanas do cristianismo suprimindo a Cristo: tal é o essencial da Revolução. Rousseau consumou a operação inaudita, começada por Lutero, de inventar um cristianismo separado da Igreja de Cristo; ele é quem acabou de naturalizar o Evangelho; é a ele a quem devemos esse cadáver de idéias cristãs cuja imensa putrefação envenena hoje o universo.” (MARITAIN, Jacques. Tres reformadores, Buenos Aires: Ed. Santa Catalina, 1945, pp. 171-172) Por isso é que a Joseph de Maistre denomina a Revolução de essencialmente satânica (cf. DE MAISTRE, Joseph. Du Pope, in “Oeuvres choisies”, Paris: A. Roger et F. Chernoviz Éditeurs, 1909, pp. 41). E Mons. Freppel, ao explicar a Revolução Francesa, demonstra como, mais do que uma ação política, “é uma doutrina e uma doutrina radical, uma doutrina que é a antítese absoluta do cristianismo.” (FREPPEL, D. Charles Emile. La Révolution Française, Paris: Editions du Trident, réédition, 1997, p. 21)

Por meio de sucessivos atos, foram se desenvolvendo os tentáculos da Revolução. Da queda dos valores medievais pelo Renascimento foi-se ao estabelecimento de um igualitarismo racionalista, que odiava a fé, e que, por sua vez, favoreceu a terrível descristianização que vemos hoje. O “Cristo sim, Igreja não” de Lutero mudou-se em “Deus sim, Cristo não” dos iluministas, e este, por sua vez, em “Nem Igreja, nem Cristo, nem Deus” dos marxistas.

“Sabeis que tal impiedade não amadureceu num único dia, mas há muito tempo estava incubada nas vísceras da sociedade. Na verdade, começou-se por negar o império de Cristo sobre todos os povos: negou-se à Igreja o direito – que emana do direito de Jesus Cristo – de ensinar os povos, de fazer leis, de governar os povos para os conduzir à eterna felicidade. E pouco a pouco a religião cristã foi igualada a outras religiões falsas e indecorosamente rebaixada ao nível destas; em conseqüência, foi submetida ao poder civil e foi deixada quase ao arbítrio dos príncipes e magistrados; indo mais além, houve quem pensasse substituir por certo sentimento religioso natural a religião de Cristo. Não faltavam Estados os quais julgaram poder dispensar-se de Deus, pondo a sua religião na irreligião e no desprezo do próprio Deus.” (Sua Santidade, o Papa Leão XIII, Encíclica Annum Sacrum, de 15 de maio de 1889)

O grande pensador espanhol Ortega y Gasset faz lúcida análise da crise que se abateu sobre a Cristandade, a qual se estende até os dias de hoje com a imoralidade e o ateísmo prático. No seu “Em Torno a Galileu” demonstra a referida crise como situada concretamente no Renascimento, a partir do qual “à figura do mundo vigente em uma geração, sucede uma outra figura do mundo algo diferente. Ao sistema de convicções para agir, sucede um outro.” (ORTEGA Y GASSET, J. Obras Completas, tomo V, Madri: Revista de Occidente, 1962, p. 69)

“Com a modernidade começa a gastar-se no mundo ocidental a cosmovisão antropocêntrica que, há mais de dois séculos, vem configurando uma cultura de tipo prometeico, cujo objeto é a autolibertação absoluta do homem frente à natureza e Deus. A cosmovisão antropocêntrica absolutiza a totalidade do homem enquanto realidade criadora do mundo e se apóia na primazia do progresso técnico-científico, que, por sua vez, se impõe como único critério do processo cultural.” (CHEUICHE, D. Fr. Antônio do Carmo, OCD. Cultura e Evangelização, Porto Alegre: EDIPUCRS, 1995, p. 122)

Para a Igreja, a Idade Moderna, caracterizada sobretudo pelo Renascimento e pela Reforma Protestante, foi uma época de crise, pela qual, à semelhança de uma ponte, o mundo caminhou ao Iluminismo e à vitória dos liberais na Revolução de 1789. É bem verdade que a Idade Moderna ainda conservaria traços de cristianismo bem vivos, como se nota na evangelização da América, nas grandes espiritualidades que se desenvolveram no período – os jesuítas de Santo Inácio de Loyola, a reforma do Carmelo por Santa Teresa de Ávila e São João da Cruz, a popularização da devoção ao Coração de Jesus por São Cláudio de la Colombière, as famílias espirituais fundadas por São Francisco de Sales, por Santa Joana de Chantal, por São Vicente de Paulo e por Santa Luísa de Marillac etc –, na arquitetura eclesiástica. A Renascença não tinha perdido, de todo, o ethos católico. “Poder-se-ia dizer que a Idade Média”, pontifica Berdiaeff, “havia preservado as forças criadoras do homem e preparado o florescer esplêndido do Renascimento. O homem penetrou no Renascimento com a experiência e a preparação medievais. E tudo o que houve de autêntica grandeza no Renascimento, estava vinculado com a Idade Média cristã.” (BERDIAEFF, NICOLAS. Una nueva Edad Media, Barcelona: Apolo, 1934, p. 25)

Todavia, tais traços de fé cristã iam pouco a pouco se apagando nos ambientes temporais, ao mesmo tempo em que os verdadeiros católicos a eles se apegavam para explicitar sua adesão plena à Igreja, em um combate que será travado amplamente no século XIX. “O novo espírito que inicia a descristianização moderna da Europa traz também consigo uma admiração nova pela Antigüidade pagã greco-romana. A Idade Média, evidentemente, conhecia e apreciava a Antigüidade, porém, ainda que a assumisse em boa parte, considerava-a superada pelas grandes sínteses da Cristandade posterior. O Renascimento, pelo contrário, estima a Antigüidade como uma era de ouro, ao mesmo em que desvaloriza a Idade Média.” (IRABURU, Pe. José Maria. Hechos de los Apóstoles de América, 3ª ed., Pamplona: Fundación Gratis Date, 2003, p. 101)

Daí surge a lenda negra, tentativa anticatólica de falsificação da Idade Média, e de considerar eventuais abusos em tal período cometidos como normais e corriqueiros – e mesmo como aceitos. Tempo tão pleno do Evangelho, que, segundo os Papas, governava os Estados , precisava ser alvo de campanhas difamatórias e mentirosas por parte dos que odiavam a Igreja, se quisessem estes ver seus planos vitoriosos.


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