segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Cristo é Deus - A História



Por Thiamer Toth

Em Pentecostes saiu dos lábios dos apóstolos a primeira pregação, e desde então nunca mais cessou. Neste dia, São Pedro tomou a palavra pela primeira vez diante de uma multidão: Jesus de Nazaré, homem de quem Deus tem dado testemunho diante de vós com milagres, prodígios e sinais, que toda a casa de Israel saiba, com maior certeza de que este Jesus, que vós crucificastes, Deus o constituiu Senhor e Cristo (At 2, 22.36)

Neste sermão se converteram mais de três mil homens. Este foi 0 começo do Cristianismo na história.

Hoje, passados mais de dois séculos a história fornece um testemunho magnífico. Não existe na narração do mundo, outro personagem cuja figura tenha desafiado o tempo; cuja personalidade tenha transformado tantos; que depois de sua morte, continue recebendo tantas homenagens e ataques.

Estudando a história de Jesus, é natural em primeiro lugar buscar aqueles que viveram no seu tempo, principalmente os apóstolos. Com efeito, ninguém pode testemunhar melhor do que aqueles que conviveram, viajaram, ouviram seus ensinamentos e presenciaram suas obras.

Os apóstolos são os primeiros personagens do Cristianismo. No Novo Testamento brilha sem cessar uma convicção inquebrantável da divindade de Cristo.

São João Batista, quando viu Cristo no rio Jordão, saudou-o: Eis o Cordeiro de Deus (Jo 1, 29). Essa expressão significava o Messias esperado pelo povo judeu.

São João começa o Evangelho com estas sublimes palavras: No princípio era o Verbo, e o Verbo estava juto de Deus e o Verbo era Deus. E o verbo se fez carne e habitou entre nós (J0 1, 1.12).

Ainda, segundo São João, negar Cristo é negar Deus: Todo aquele que nega o Filho não tem o Pai. (1 Jo 2, 23) Nisto se reconhece o Espírito de Deus: todo espírito que proclama Jesus Cristo se encarnou é de Deus; todo espírito que proclama Jesus não é de Deus, mas é o espírito do anticristo(1J0 4, 2-3). Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está em seu Filho. Quem possui o Filho possui a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida (1 J0 5, 11-12).

Um dia Cristo perguntou aos apóstolos o que pensavam, Pedro, em nome de todos, fez esta confissão: Tu és o Filho de Deus vivo! (Mt 16, 16).

São Paulo, nas epístolas denomina Cristo mais de duzentas vezes como Kyrios, termo que significa Senhor. Sendo Ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens (FI 2, 6-7), pois nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade (Cl 2, 9). Muitas vezes e de diversos modos outrora falou Deus aos nossos pais pelos profetas. Ultimamente nos falou por seu Filho (Hb 1, 1-2).

Se fossemos comentar todas as passagens que Paulo atribui a Cristo propriedades divinas, não acabaríamos nunca. Ainda temos outros testemunhos. O cego prostra-se diante dele e adora-0 (cf. J0 9, 38); quando acalma 0 mar embravecido, os que estavam na barca prostraram-se diante dele e disseram: Tu és verdadeiramente o Filho de Deus (Mt 14, 33); Marta exclama: Eu creio que tu és 0 Cristo, o Filho de Deus, aquele que devia vir ao mundo (J0 11, 27). O incrédulo Tomé confessa: Meu Senhor e meu Deus (Jo 20, 28).

Por esses testemunhos, vemos claramente que os discípulos consideravam Cristo como Deus.

Entre os adversários do Cristianismo, há muitos críticos que declaram que Jesus é uma figura lendária e mística. Afirmam que Cristo era admirável e cheio de ideais, porém apenas homem; e somente 0 fanatismo dos cristãos através dos séculos o elevou a categoria de Deus, que na medida que 0 tempo passava a lenda ia crescendo, até se tornar Deus. Sendo assim, o Cristianismo cairia por terra, mas os primeiros relatos são de testemunhas oculares, portanto legítimos.

São Pedro, dias após a Ascensão e nos séculos depois, perante uma multidão falou: Que toda a casa de Israel saiba, com maior certeza de que este Jesus, que vós crucificastes, Deus o constituiu Senhor e Cristo (At 2,36). Na mesma época, após curar o paralítico, aludindo à paixão do Senhor, proferiu: Deus assim cumpriu o que já antes anunciara pela boca dos profetas: que o seu Cristo devia padecer (At 3,18). Diante do sinédrio declara abertamente: Esse Jesus, Pedra que foi desprezada por vós, edificadores, tornou-se a pedra angular. Em nenhum outro há salvação (At 4,11-12). Ante o centurião Cornélio, revela: Cristo foi constituído por Deus juiz dos vivos e dos mortos (At 10,42)

Santo Estevão, quando foi martirizado a pedradas e estava morrendo, oferece a alma ao Filho do Homem: Senhor Jesus, recebe meu espírito (At 7,59)

São Paulo depois da conversão, imediatamente começou a proclamar pelas sinagogas que Jesus é Filho de Deus (At 9,20).

No Evangelho de Mateus, o autor mostra claramente que as profecias se cumpriram em Cristo.

São João declara sobre seu Evangelho: Foram escritos, para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que crendo, tenhais a vida em seu nome (Jo 20,31)

Realmente seria necessário queimar todo o NT para poder negar este fato: Os primeiros cristãos acreditavam firmemente na divindade de Cristo, não foram os séculos posteriores que inventaram.

Na era apostólica, prova magnífica são as cerimônias, nelas prestavam culto de adoração a Cristo; a maioria da comunidade cristã era composta de judeus, em que a idolatria era pecado grave, somente era permitido adorar o único Deus, por isso acreditavam que Jesus era Deus.

A santidade e a antiguidade desta adoração a Cristo é descrita de maneira comovedora por um escritor pagão do segundo século. O imperador Trajano mandou Plínio, governador da Ásia Menor, averiguar a natureza de uma nova religião, a dos cristãos; como se realizavam as cerimônias e se eram perigosas para o Estado Romano. Plínio escreveu uma longa carta em resposta, ainda hoje conservada, que constitui excelente testemunho do zelo dos primeiros cristãos. Diz a carta: “A nova religião prejudica a religião do Estado, pois desde o seu aparecimento os Templos estão desertos. Os cristãos se reúnem em certos dias, pela manhã e cantam hinos a Cristo que consideram o seu Deus”

Os primeiros cristãos por adorar Cristo eram considerados pelo governo como criminosos. Jamais se poderia imaginar que essa correspondência, vinte séculos depois prestariam um grande serviço á fé. Eis que o escritor pagão revela que os cristãos se reuniam no domingo, se ajoelhavam e adoravam Cristo presente no meio deles, igual fazemos hoje.

Se os primeiros cristãos pudessem estar hoje na Missa junto de nós, sem duvida encontrariam algumas mudanças, mas não se sentiriam como estranhos, pois a estrutura é a mesma depois de vinte séculos.

A profissão de fé de Santo Atanásio, no século quarto, não é muito diferente da nossa: Nâo adoramos coisas criadas, adoramos o Senhor das criaturas, que se fez homem, adoramos o Verbo de Deus. A rápida propagação e a vitória da mensagem cristã é outro testemunho. Se Cristo não era Deus, não se pode compreender como o fogo ateado se alastrou tão rápido e hoje continua fumegando.

O pagão antigo possuía um desejo estranho subir ao céu e arrebatar o fogo sagrado dos deuses, símbolo da vida. O grego Ésquilo, num drama emocionante, descreve a inutilidade desta desesperada empreitada. Entretanto, Cristo realizou o que era impossível para o homem: trouxe o fogo do céu e deseja inflame a todos.

Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura (Mc 16, 15). Jamais houve na história, quem se atrevesse a tão ousado mandato. E os apóstolos espalharam o fogo sagrado por toda parte e nada os deteve; todos os suplícios foram aplicados aos cristãos: tormentos, feras, torturas, naufrágios, fogos, decapitações...

Tertuliano escreve com grande coragem: “Somos de ontem e já enchemos as vossas cidades, as vossas casas, as vossas praças, os vossos municípios, os conselhos, os campos, as tribos, as decúrias, o Palácio e o Foro, não vos deixamos senão vossos templos. Se nos separássemos de vós, ficaríeis aterrorizados com a vossa solidão!” (Apologia)

Eis como a Igreja de Cristo crucificado, mesmo diante das maiores perseguições, numa rapidez impressionante cresceu, se desenvolver eu triunfou.

Em 1926 houve uma grande comemoração nas ruínas do Coliseu. No meio do estádio, onde outrora a multidão se exaltava com o sangue derramado dos mártires cristãos, foi erguida a Santa Cruz.

Podemos imaginar um diálogo fictício. O imperador Nero ainda mais intrigado: Vinte séculos não bastaram para que desaparecessem? Não César, não bastaram. Pelo contrário, os papéis foram mudados. Onde se derramava o sangue dos cristãos, agora se levanta triunfalmente a Cruz de Cristo. Jesus é perseguido vive e seu reino se espalha pelo orbe. Pedro, o pobre pescador, foi crucificado de cabeça para baixo; hoje em cima de sua cripta, ergue-se a majestosa Basílica de São Pedro.

Existe um obelisco de vinte e cinco metros em frente da Basílica. Originalmente pertencia ao templo egípicio do deus sol. Calígula ordenou que fosse colocado na arena, onde os cristãos eram despedaçados pelas feras; ainda, atualmente o obelisco permanece de pé, agora, porém, suporta uma cruz de seis metros, onde se conserva uma relíquia da Santa Cruz e está escrito: Christus vincit, Christus regnat, Christus imperat – Cristo Vence, Cristo reina, Cristo impera.

Fonte: Quem é Cristo - Thiamer Toth

Veja mais:

1 - Cristo e o Homem
2 - Como devemos olhar para Cristo
3 - Quem é Cristo?
4 - Cristo e suas palavras
5 - Cristo e suas obras
6 - Cristo é Deus - A Vida

Depois veremos: Cristo é Deus - A História Parte II

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