É Razoável Crer?
A Doutrina Católica, a vida dos Santos, o Itinerário Espiritual do Cristão, me fascinam. Leio tudo incansavelmente e trago para o Blog. Que ele sirva de formação para perseverarmos na verdade da fé, defendendo-nos contra as astúcias do inimigo, para a Glória de Nosso Senhor.
sábado, 14 de fevereiro de 2015
"Para a religião, todos os homens são iguais assim como todos os centavos são iguais, pois só há valor neles porque carregam a imagem do Rei. Este fato não é suficientemente observado no estudo dos heróis religiosos. A piedade produz grandeza intelectual precisamente porque ela é indiferente à grandeza intelectual. A força de Oliver Cromwell (Lorde protetor da Inglaterra no séc. XVII) residia no fato de que ele se importava com a religião. Mas a força da religião é que ela não se importa com Cromwell, não mais do que com qualquer outra pessoa. Ele e seu séquito são igualmente bem-vindos aos lugares quentes e hospitaleiros do inferno. Tem sido afirmado, muito acertadamente, que a religião é a coisa que faz o homem ordinário se sentir extraordinário; é uma verdade igualmente importante que a religião é a coisa que faz o homem extraordinário se sentir ordinário.
terça-feira, 11 de novembro de 2014
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
Vivo sin vivir en mi (Blanca Cajales) -Santa Teresa de Avila
MORRO PORQUE NÃO MORRO
Santa Teresa de Jesus
Vivo sem viver em mim,
E tão alta vida espero,
Que morro porque não morro.
E tão alta vida espero,
Que morro porque não morro.
Vivo já fora de mim,
Desde que morro d'Amor,
Porque vivo no Senhor
Que me escolheu para Si;
Quando o coração Lhe dei
Com terno amor lhe gravei:
Que morro porque não morro.
Desde que morro d'Amor,
Porque vivo no Senhor
Que me escolheu para Si;
Quando o coração Lhe dei
Com terno amor lhe gravei:
Que morro porque não morro.
Esta divina prisão
Do grande amor em que vivo,
Fez a Deus ser meu cativo,
E livre o meu coração;
E causa em mim tal paixão
Ser eu de Deus a prisao,
Que morro porque não morro.
Do grande amor em que vivo,
Fez a Deus ser meu cativo,
E livre o meu coração;
E causa em mim tal paixão
Ser eu de Deus a prisao,
Que morro porque não morro.
Ai que longe é esta vida!
Que duros estes desterrros!
Este cárcere, estes ferros
Onde a alma está metida.
Só de esperar a saída
Me causa dor tão sentida,
Que morro porque não morro.
Que duros estes desterrros!
Este cárcere, estes ferros
Onde a alma está metida.
Só de esperar a saída
Me causa dor tão sentida,
Que morro porque não morro.
Ai, que vida tão amarga
Por não gozar o Senhor!
Pois sendo doce o amor,
Não o é, a espera larga;
Tira-me, ó Deus, este fardo
Tão pesado e tão amargo,
Que morro porque não morro
Por não gozar o Senhor!
Pois sendo doce o amor,
Não o é, a espera larga;
Tira-me, ó Deus, este fardo
Tão pesado e tão amargo,
Que morro porque não morro
Santa Teresa
15 de outubro, dia de Santa Teresa D'Ávila, a grande doutora da Igreja
"Esta divina prisão
Do amor em que hoje vivo,
Tornou Deus o meu cativo
E livre meu coração.
E causa em mim tal paixão
Deus meu prisioneiro ver,
Que morro por não morrer.
Ai, que longa é esta vida!,
Que duros estes desterros!,
Esta prisão, estes ferros
Em que a alma está metida!
Só esperar a saída
Causa em mim tanto sofrer,
Que morro por não morrer."
Vivo sem viver em mim!
"Esta divina prisão
Do amor em que hoje vivo,
Tornou Deus o meu cativo
E livre meu coração.
E causa em mim tal paixão
Deus meu prisioneiro ver,
Que morro por não morrer.
Ai, que longa é esta vida!,
Que duros estes desterros!,
Esta prisão, estes ferros
Em que a alma está metida!
Só esperar a saída
Causa em mim tanto sofrer,
Que morro por não morrer."
Vivo sem viver em mim!
domingo, 12 de outubro de 2014
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
A entronização do Interesse Privado
Por Venerável Fulton Sheen
Primeira Parte - AQUI
Segunda Parte - AQUI
Terceira Parte - AQUI
Quarta Parte - AQUI
Primeira Parte - AQUI
Segunda Parte - AQUI
Terceira Parte - AQUI
Quarta Parte - AQUI
Quinta Parte - AQUI
" Mussolini, perante as massas de seu país, argumentava: ' Porventura não sois capazes de ver que qualquer sistema político que proclame o direito do indivíduo a permanecer livre do contrôle do Estado e que reduza o Estado a funções policiais, acabará significando que este deixa os fracos sem proteção contra os fortes? O Estado deve proteger os fracos contra os fortes'. E assim falando Mussolini estava com a razão!
Como todos os reformadores, porém, foi longe demais. Descartou-se do Estado-polícia, fazendo do estado uma aia e eliminou de um só golpe a liberdade individual e a democracia. Eis o que constitui o erro do fascismo: O Estado é tudo!
Hitler a seu turno alegou: ´Porventura não sois capazes de ver que, definindo a liberdade como o direito de fazer tudo o que vos aprouver, acabacareis caindo na anarquia? É pois necessário reinstaurar a lei e a autoridade'. E assim falando, Hitler estava com a razão!
Adiantou-se de mais, porém, como acontece sempre nesses casos e reinstaurou a lei a expensas da liberdade. A liberdade , que no regime liberal significa o direito de fazer tudo o que aprouver, consistia já agora na prerrogativa de fazer tudo a que se é obrigado, em vez de ser aquilo em que se cumpre transforma-la depois da guerra, isto é, a faculdade de fazer o que é de nosso dever. E assim volveu a escravidão a este mundo.
A força dos sistemas totalitários estava em trazerem de certo modo, uma resposta - falsa que fosse -, ao domínio larvado dos senhores da finança e à indiferença das democracias pelos valores absolutos e em proclamarem a precedência do organismo político sobre o interesse privado.
No final, porém, nenhuma daquelas soluções foi eficaz, porque nenhuma compreendeu a natureza do homem como criatura, dotada de direitos por possuir uma alma e sujeita a deveres instituídos por Deus.Os males que se propunham curar eram devidos, principalmente, à descristianização, tornando o mundo anticristão. Como o capitalismo, o indiferentismo e a oligarquia financeira tinham brotado num mundo cujas raízes eram cristãs, cometeram o engano de pensar que aqueles males deviam ser imputados ao cristianismo.
Daí pretenderam que " a religião é o ópio do povo". O que conseguiram ver foi que, no campo da civilização ocidental em que crescia o trigal do Cristianismo, entraram alguns inimigos pela calada da noite e semearam joio e o cardo. A solução do problema não consistia em desenraizar o trigo do Cristianismo, porém queimar o joio de nosso indiferentismo por ele.
A história desses últimos cem anos é a do Filho Pródigo. A civilização ocidental abandonou a Casa Paterna levando um pouco da substância espiritual que nela se acumulara no decorrer de mil e seiscentos anos de martírio e de pensar rigoroso. Acham-nos agora bastante afastados daqueles tempos, para verificar que ela despendeu todo o capital que possuía: a crença na Divindade de Cristo, na inspiração da Sagrada Escritura, na Lei Moral e na existência de Deus. Chegou por fim ao momento em que, como o Filho Pródigo, alimentou-se de glandes, à falta do pão da Casa Paterna. - as glandes do liberalismo, do materialismo, do agnosticismo.
Estava certo que o Filho Pródigo tivesse fome; era esse o caminho que Deus lhe traçara. Estava ceeto, também, que os Estados totalitários tivessem fome de lei, bem comum e autoridade. Andaram errado em comer glandes do fascismo, do nazismo e do totalitarismo. O modo adequado de interpretar os sistemas
totalitários, é ver neles outras tentativas convulsas de atalhar a desintegração do organismo social: o despertar da consciência aquisitiva fundada sobre o primado do lucro, o momento final de que o homem não
pode viver sem Deus.
Como o inimigo é diabólico em sua filosofia
Estava certo que o Filho Pródigo tivesse fome; era esse o caminho que Deus lhe traçara. Estava ceeto, também, que os Estados totalitários tivessem fome de lei, bem comum e autoridade. Andaram errado em comer glandes do fascismo, do nazismo e do totalitarismo. O modo adequado de interpretar os sistemas
totalitários, é ver neles outras tentativas convulsas de atalhar a desintegração do organismo social: o despertar da consciência aquisitiva fundada sobre o primado do lucro, o momento final de que o homem não
pode viver sem Deus.
Como o inimigo é diabólico em sua filosofia
terça-feira, 7 de outubro de 2014
Nossa Senhora do Rosário
Por Bento XVI
" Para ser apóstolos do Rosário, é preciso fazer experiência em primeira pessoa da beleza e da profundidade desta oração, simples e acessível a todos. É necessário antes de tudo deixar-se guiar pela mão da Virgem Maria e contemplar o rosto de Cristo: rosto jubiloso, luminoso, doloroso e glorioso.
Quem, como Maria e juntamente com Ela, guarda e medita assiduamente os mistérios de Jesus, assimila cada vez mais os seus sentimentos e conforma-se com Ele. Apraz-me, a este propósito, citar uma bonita consideração do beato Bartolo Longo: "Como dois amigos escreve ele praticando frequentemente juntos, costumam conformar-se também nos costumes, assim nós, conversando familiarmente com Jesus e com a Virgem, ao meditar os Mistérios do Rosário, e formando juntos uma mesma vida com a Comunhão, podemos tornar-nos, na medida em que for capaz a nossa pequenez, semelhantes a eles, e aprender destes excelsos exemplos o viver humilde, pobre, escondido, paciente, perfeito" (I Quindici Sabati del Santissimo Rosario, 27ª ed., Pompei, 1916, p. 27: cit. em Rosarium Virginis Mariae, 15).
O Rosário é escola de contemplação e de silêncio. À primeira vista, poderia parecer uma oração que acumula palavras, portanto dificilmente conciliável com o silêncio que é justamente recomendado para a meditação e a contemplação. Na realidade, esta repetição ritmada da Ave-Maria não perturba o silêncio interior, aliás, exige-o e alimenta-o. Analogamente a quanto acontece para os Salmos quando se reza a Liturgia das Horas, o silêncio sobressai através das palavras e das frases, não como um vazio, mas como uma presença de sentido último que transcende as próprias palavras e juntamente com elas fala ao coração.
Assim, recitando as Ave-Marias é preciso prestar atenção para que as nossas vozes não "se sobreponham" à de Deus, o qual fala sempre através do silêncio, como "o sussurrar de uma brisa leve" (1 Rs 19, 12). Como é importante então cuidar este silêncio cheio de Deus quer na recitação pessoal quer na comunitária! Mesmo quando é rezado, como hoje, por grandes assembleias e como fazeis todos os dias neste Santuário, é necessário que se sinta o Rosário como oração contemplativa, e isto não pode acontecer se falta um clima de silêncio interior.
" Para ser apóstolos do Rosário, é preciso fazer experiência em primeira pessoa da beleza e da profundidade desta oração, simples e acessível a todos. É necessário antes de tudo deixar-se guiar pela mão da Virgem Maria e contemplar o rosto de Cristo: rosto jubiloso, luminoso, doloroso e glorioso.
Quem, como Maria e juntamente com Ela, guarda e medita assiduamente os mistérios de Jesus, assimila cada vez mais os seus sentimentos e conforma-se com Ele. Apraz-me, a este propósito, citar uma bonita consideração do beato Bartolo Longo: "Como dois amigos escreve ele praticando frequentemente juntos, costumam conformar-se também nos costumes, assim nós, conversando familiarmente com Jesus e com a Virgem, ao meditar os Mistérios do Rosário, e formando juntos uma mesma vida com a Comunhão, podemos tornar-nos, na medida em que for capaz a nossa pequenez, semelhantes a eles, e aprender destes excelsos exemplos o viver humilde, pobre, escondido, paciente, perfeito" (I Quindici Sabati del Santissimo Rosario, 27ª ed., Pompei, 1916, p. 27: cit. em Rosarium Virginis Mariae, 15).
O Rosário é escola de contemplação e de silêncio. À primeira vista, poderia parecer uma oração que acumula palavras, portanto dificilmente conciliável com o silêncio que é justamente recomendado para a meditação e a contemplação. Na realidade, esta repetição ritmada da Ave-Maria não perturba o silêncio interior, aliás, exige-o e alimenta-o. Analogamente a quanto acontece para os Salmos quando se reza a Liturgia das Horas, o silêncio sobressai através das palavras e das frases, não como um vazio, mas como uma presença de sentido último que transcende as próprias palavras e juntamente com elas fala ao coração.
Assim, recitando as Ave-Marias é preciso prestar atenção para que as nossas vozes não "se sobreponham" à de Deus, o qual fala sempre através do silêncio, como "o sussurrar de uma brisa leve" (1 Rs 19, 12). Como é importante então cuidar este silêncio cheio de Deus quer na recitação pessoal quer na comunitária! Mesmo quando é rezado, como hoje, por grandes assembleias e como fazeis todos os dias neste Santuário, é necessário que se sinta o Rosário como oração contemplativa, e isto não pode acontecer se falta um clima de silêncio interior.
Se a contemplação cristã não pode prescindir da Palavra de Deus, também o Rosário, para ser oração contemplativa, deve emergir sempre do silêncio do coração como resposta à Palavra, a exemplo de Maria. Considerando bem, o Rosário está totalmente imbuído de elementos tirados da Escritura. Há antes de mais a enunciação do mistério, feita preferivelmente, como hoje, com palavras tiradas da Bíblia.
Segue-se o Pai-Nosso: dando à oração a orientação "vertical", abre o ânimo de quem recita o Rosário para a justa atitude filial, segundo o convite do Senhor: "Quando rezais dizeis: Pai..." (Lc 11, 2). A primeira parte da Ave-Maria, também ela tirada do Evangelho, faz-nos ouvir todas as vezes as palavras com que Deus se dirigiu à Virgem Maria através do Anjo, e as de bênção da prima Isabel. A segunda parte da Ave-Maria ressoa como a resposta dos filhos que, dirigindo-se suplicantes à Mãe, mais não fazem do que expressar a própria adesão ao desígnio salvífico, revelado por Deus. Assim o pensamento de quem reza permanece sempre ancorado na Escritura e nos mistérios que nela são apresentados.
sábado, 4 de outubro de 2014
Devemos Ser Simples, Humildes e Puros
Da Carta a todos os fiéis, de São Francisco de Assis
(Opuscula, edit. Quarachi 1949,87-94) (Séc.XIII)
São Francisco de Assis
"O Pai Altíssimo anunciou a vinda do céu do tão digno, tão santo e glorioso Verbo do Pai, através de seu santo, Gabriel, à santa e gloriosa Virgem Maria, em cujo seio recebeu a verdadeira carne de nossa humanidade e fragilidade. Ele quis, no entanto, sendo incomparavelmente mais rico, escolher a pobreza junto com a sua santíssima mãe. Nas vésperas de sua paixão, celebrou a Páscoa com os discípulos. Depois, orou ao Pai dizendo: Pai, se for possível, afaste-se de mim este cálice (Mt 26,39).
Pôs, contudo, sua vontade na vontade do Pai. E a vontade do Pai era que seu Filho bendito e glorioso, dado a nós e nascido para nós, se oferecesse em sacrifício e vítima no altar da cruz, pelo seu próprio sangue. Sacrifício não para si, por quem tudo foi feito, mas por nossos pecados, deixando-nos o exemplo para lhe seguirmos as pegadas (cf. 1Pd 2,21). E quer que todos nos salvemos por ele e o acolhamos com coração puro e corpo casto.
Ó como são felizes e benditos aqueles que amam o Senhor e fazem o que o mesmo Senhor diz no evangelho: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e ao próximo como a ti mesmo! (Lc 10,27). Amemos, portanto, a Deus e adoremo-lo com coração puro e mente pura porque, acima de tudo, disto está ele à procura e diz: Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade (Jo 4,23). É necessário que todos que o adoram, o adorem no espírito da verdade. E dia e noite elevemos para ele louvores e orações, dizendo: Pai nosso que estás nos céus (Mt 6,9); porque é preciso orar sempre e não desfalecer (cf. Lc 18,1).
Além disto, produzamos dignos frutos de penitência (cf. Mt 3,8). E amemos os próximos como a nós mesmos. Tenhamos caridade e humildade e façamos esmolas, já que estas lavam as almas das nódoas dos pecados. Os homens perdem tudo o que deixam neste mundo. Levam consigo somente a paga da caridade e as esmolas que fizeram: delas receberão do Senhor o prêmio e a justa recompensa.
Não nos convém sermos sábios e prudentes segundo a carne, mas temos antes de ser simples, humildes e puros. Jamais desejemos ficar acima dos outros, mas prefiramos ser servos e submissos a toda criatura humana, por causa de Deus. Sobre todos os que assim agirem e perseverarem até o fim repousará o Espírito do Senhor e fará neles sua casa e mansão.
Serão filhos do Pai celeste, pois fazem suas obras, e são esposos, irmãos e mães de nosso Senhor Jesus Cristo.
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