quinta-feira, 9 de outubro de 2014

A entronização do Interesse Privado

Por Venerável Fulton Sheen




Primeira Parte - AQUI
Segunda Parte - AQUI
Terceira Parte - AQUI
Quarta Parte  - AQUI
Quinta Parte - AQUI

" Mussolini, perante as massas de seu país, argumentava: ' Porventura não sois capazes de ver que qualquer sistema político que proclame o direito do indivíduo a permanecer livre do contrôle do Estado e que reduza o Estado a funções policiais, acabará significando que este deixa os fracos sem proteção  contra os fortes? O Estado deve proteger os fracos contra os fortes'. E assim falando Mussolini estava com a razão!

Como todos os reformadores, porém, foi longe demais. Descartou-se do Estado-polícia, fazendo do estado uma aia e eliminou de um só golpe a liberdade individual e a democracia. Eis o que constitui o erro do fascismo: O Estado é tudo!

Hitler a seu turno alegou: ´Porventura não sois capazes de ver que, definindo a liberdade como o direito de fazer tudo o que vos aprouver, acabacareis caindo na anarquia? É pois necessário reinstaurar a lei e a autoridade'. E assim falando, Hitler estava com a razão!

Adiantou-se de mais, porém, como acontece sempre nesses casos e reinstaurou a lei a expensas da liberdade. A liberdade , que no regime liberal significa o direito de fazer tudo o que aprouver, consistia já  agora na prerrogativa de fazer tudo a que se é obrigado, em vez  de ser aquilo em que se cumpre transforma-la depois da guerra, isto é, a faculdade de fazer o que é de nosso dever. E assim volveu a escravidão a este mundo.

A força dos sistemas totalitários estava em trazerem de certo modo, uma resposta - falsa que fosse -, ao domínio larvado dos senhores da finança e à indiferença das democracias pelos valores absolutos e em proclamarem a precedência do organismo político sobre o interesse privado.

No final, porém, nenhuma daquelas soluções foi eficaz, porque nenhuma compreendeu a natureza do homem como criatura, dotada de direitos por possuir uma alma e sujeita a deveres instituídos por Deus.Os males que se propunham curar eram devidos, principalmente, à descristianização, tornando o mundo anticristão. Como o capitalismo, o indiferentismo e a oligarquia financeira tinham brotado num mundo cujas raízes eram cristãs, cometeram o engano de pensar que aqueles males deviam ser imputados ao cristianismo.

Daí pretenderam que " a religião é o ópio do povo". O que conseguiram ver foi que, no campo da civilização ocidental em que crescia o trigal do Cristianismo, entraram alguns inimigos pela calada da noite e semearam joio e o cardo. A solução do problema não consistia em desenraizar o trigo do Cristianismo, porém queimar o joio de nosso indiferentismo por ele.

A história desses últimos cem anos é a do Filho Pródigo. A civilização ocidental abandonou a Casa Paterna levando um pouco da substância espiritual que nela se acumulara no decorrer de mil e seiscentos anos de martírio e de pensar rigoroso. Acham-nos agora bastante afastados daqueles tempos, para verificar que ela despendeu todo o capital que possuía: a crença na Divindade de Cristo, na inspiração da Sagrada Escritura, na Lei Moral e na existência  de Deus. Chegou por fim ao momento em que, como o Filho Pródigo, alimentou-se de glandes, à falta do pão da Casa Paterna. - as glandes do liberalismo, do materialismo, do agnosticismo.

Estava certo que o Filho Pródigo tivesse fome; era esse o caminho que Deus lhe traçara. Estava ceeto, também, que os Estados totalitários tivessem fome de lei, bem comum e autoridade. Andaram errado em comer glandes do fascismo, do nazismo e do totalitarismo. O modo adequado de interpretar os sistemas
totalitários, é ver neles outras tentativas convulsas de atalhar a desintegração do organismo social: o despertar da consciência aquisitiva fundada sobre o primado do lucro, o momento final de que o homem não
pode viver sem Deus.

Como o inimigo é diabólico em sua filosofia

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